Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair (PL), derrotado nas eleições presidenciais de 30 de outubro, afirmou que não tem intenção de deixar o Brasil para ir à Itália.
“Fui eleito senador por mais quatro anos, pretendo me candidatar novamente e, antes que comecem a circular teses malucas, sair do país não é uma opção”, esclareceu.
Conforme noticiado pela imprensa brasileira, ontem Eduardo e Flávio Bolsonaro recorreram à embaixada italiana em Brasília para acelerar o processo de cidadania italiana. A notícia foi antecipada pelo site Metrópoles e confirmada por Flávio.
“Minha família é de origem italiana e tenho o direito de solicitar a cidadania. Uma prática que iniciei em setembro de 2019”, explicou.
A embaixada italiana também informou à Ansa a presença do filho do presidente na chancelaria consular em nota assinada pelo embaixador da Itália em Brasília, Francesco Azzarello.
“Confirmo parcialmente o que foi noticiado pela imprensa brasileira, que o senador Flávio Bolsonaro esteve na embaixada na manhã de terça-feira, 8 de novembro, embora eu não tenha o encontrado pessoalmente. Em razão disso, obviamente, há respeito pela privacidade. Em matéria consular, a embaixada atua sempre em conformidade com as normas vigentes”, declarou o diplomata italiano.
Em novembro de 2021, em um dia cheio de tensões, o presidente cessante, Jair Bolsonaro, chegou a receber cidadania honorária de Anguillara Veneta, no norte da Itália, de onde vem parte de sua família. A homenagem para reconhecer o líder de direita foi realizada pela prefeita Alessandra Buoso, do partido ultranacionalista Liga.
O bisavô paterno de Bolsonaro, Vittorio Bolzonaro – o sobrenome foi originalmente escrito com Z em vez do S –, era originário de Anguillara Veneta. Ele nasceu lá em 1878, antes que seus pais emigrassem para o Brasil quando estava com 10 anos. Por parte de pai, Bolsonaro também tem origem alemã e calabresa: seu bisavô “Carlos” Hintze nasceu em Hamburgo por volta de 1876 e foi para o Brasil em 1883, enquanto Luzia Caliò era de origem calabresa.
Já os avós maternos de Bolsonaro, Guido Bonturi e Argentina Pardini, eram toscanos de Lucca. Em janeiro de 2019, inclusive, a direita italiana defendeu uma possível visita do presidente brasileiro na cidade da Toscana, após Bolsonaro cogitar conhecer o local. (Ansa)