Com seis anos seguidos de queda na população, a Itália pode ver seu número de habitantes cair para menos de 50 milhões de pessoas até 2070.
É o que diz um relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat), espécie de IBGE da Itália, com previsões demográficas para as próximas décadas.
Segundo o estudo, o país tinha 59,6 milhões de habitantes em 1º de janeiro de 2020, mas esse número pode cair para 58 milhões em 2030, 54,1 milhões em 2050 e 47,6 milhões em 2070, uma redução de cerca de 20% em meio século.
As projeções se baseiam nas atuais tendências demográficas da Itália, que registrou em 2020 o menor número de nascimentos de sua história: 404,1 mil.
A previsão do Istat é de que o país tenha duas vezes mais mortes (784 mil) do que nascimentos (391 mil) em 2048. Além disso, a Itália terá apenas um jovem de até 14 anos para cada três idosos com mais de 65 em 2050, enquanto a população economicamente ativa cairá de 63,8% para 53,3% até a metade do século.
“Será preciso adaptar ainda mais as políticas de proteção social a uma parcela crescente de idosos”, alertou o Istat, acrescentando que a idade média na Itália deve passar dos atuais 45,7 anos para 50,7 anos em 2050.
O país já tem mais mortes do que nascimentos desde 2007, mas, durante um tempo, a imigração conseguiu compensar essa diferença, algo que não acontece mais desde meados da década passada, apesar da chegada de centenas de milhares de deslocados internacionais via Mediterrâneo.
A tendência de esvaziamento populacional já fez surgir diversas iniciativas para tentar reverter esse quadro, desde as casas por um euro em vilarejos medievais e cada vez mais desabitados até um robusto programa social que pagará até 175 euros – o equivalente a R$ 1,1 mil – por cada filho menor de idade.
O chamado “auxílio único” está em vigor desde 1º de julho para famílias de baixa renda, mas se tornará universal a partir de março de 2022, incluindo até imigrantes legalmente residentes na Itália há pelo menos dois anos.
O valor do benefício será calculado de acordo com a renda da família, e o governo pagará bônus a partir do terceiro filho e para determinadas categorias, como mães jovens. Um núcleo com quatro filhos, por exemplo, poderá receber mais de mil euros por mês. (Ansa)