Na pacata vila de Ollolai, na região central da Sardenha, Itália, uma solução inusitada para o despovoamento tem chamado atenção mundial: casas por apenas 1 euro.
A iniciativa busca repovoar o território e revitalizar a economia local, mirando agora um público específico — estrangeiros cansados da polarização política, especialmente americanos.
Casas para quem quer fugir da polarização política
Após a eleição de Donald Trump, Ollolai intensificou suas ações para atrair moradores estrangeiros, com foco especial nos Estados Unidos.
Um site voltado ao público americano destaca as vantagens de se mudar para a vila: “Cansado da política global? Buscando um estilo de vida mais equilibrado?”.
O prefeito Francesco Columbu confirmou que os americanos terão prioridade no processo de aquisição das casas. “Não podemos impedir que pessoas de outros países se inscrevam, mas queremos facilitar o acesso dos americanos com um procedimento acelerado”, declarou Columbu à CNN.
Embora Ollolai não seja a única vila italiana a oferecer imóveis por preços simbólicos, sua abordagem diferenciada, direcionada a quem busca fugir das tensões políticas, tem sido um atrativo único.
Desafios e críticas ao projeto
O prefeito reconhece que o programa enfrenta ceticismo, já que muitos o consideram “bom demais para ser verdade”. Ainda assim, aposta na transparência para conquistar interessados. “Queremos pessoas que venham para construir um futuro, não apenas para fugir de algo”, ressaltou Columbu.
No final de 2023, a mesma Ollolai lançou outra proposta parecida para atrair profissionais que pudessem trabalhar remotamente. No entanto, a ideia teve pouco impacto, em parte devido à localização remota da vila — longe de grandes cidades, hospitais e outras facilidades.
E o detalhe que muitos descobrem depois: a casa de 1 euro pode acabar custando até 100 mil euros para ser completamente reformada (leia o artigo: Sorte ou cilada por trás das casas à venda por 1 euro na Itália).
Como diz o ditado, “todo dia, um ingênuo e um esperto saem de casa, e quando se encontram, pode sair negócio”. O caso de Ollolai mostra que até mesmo as oportunidades mais bizarras podem ter sucesso com o público certo.