Quando se fala em turismo de raízes, tema em alta na Itália devido a uma campanha do governo em 2024 e às celebrações dos 150 anos da imigração italiana no Brasil, o conceito pode se ampliar para dois outros ramos: viagens de experiência e de história, um chamativo para que ítalo-descendentes redescubram as origens de suas famílias no “Belpaese”.
É o que explica, em entrevista à ANSA, Letizia Sinisi, da ItalyRooting Consulting, pioneira sobre o assunto na Itália.
“O turismo de raízes não é uma nova moda nem uma mera tipologia de turismo, é essencialmente uma experiência de vida”, afirma.
Segundo relatório publicado neste ano pela Confederação-Geral Italiana de Empresas, das Atividades Profissionais e do Trabalho Autônomo (Confcommercio), esse setor ganha cada cada vez mais importância no mercado turístico – um dos principais motores da economia do país -, tendo em vista que existem mais de 60 milhões de ítalo-descendentes no mundo, dos quais cerca de 32 milhões vivem no Brasil.
“Minha experiência mostra que quando substituímos o turismo de raízes com o turismo de histórias, não estamos diante de uma moda passageira”, diz Sinisi, que acumula uma experiência de aproximadamente 20 anos na área, após ter realizado um vídeo para promover sua região de origem, a Puglia, a parentes americanos que ela localizou através de cartas enviadas a seus avós.
A partir disso, criou um formato voltado à difusão da italianidade no mundo e que hoje, além dos Estados Unidos, chega a descendentes no Brasil, na Argentina, no Canadá e na Austrália, por exemplo.
“O retorno às raízes sempre existiu, até porque o movimento voltado às origens vê nas atividades turísticas uma conotação de dar à viagem um instrumento de como se reconectar [com sua ascendência]”, explica Sinisi.
ansabrasil.com.brE se hoje a Itália vive um boom de ofertas no turismo de raízes, a especialista lembra que, “para uma experiência de qualidade, “o conhecimento da própria história e da imigração [italiana no mundo] é fundamental no processo de conhecer e se conectar com as próprias origens”. (ANSA)