O cônsul-geral da Itália no Rio Grande do Sul, Valerio Caruso, afirmou que obter a cidadania italiana sem dominar o idioma ou o talian é “uma oportunidade perdida”.
A declaração foi dada na manhã desta segunda-feira (17), em entrevista à Rádio Caxias.
Durante a conversa, ele abordou os eventos comemorativos dos 150 anos da imigração italiana no estado e a participação dos jovens na preservação da cultura italiana.
Comemoração dos 150 anos da imigração italiana
Sobre o sesquicentenário da imigração, Caruso destacou a importância da memória coletiva e afirmou que a expectativa é que as comemorações se tornem um marco para a comunidade.
Ele ressaltou a relevância da Festa das Colheitas, realizada em Caxias do Sul, como parte das celebrações.

Jovens e a cultura italiana
Ao ser questionado sobre como o consulado pode contribuir para a preservação das tradições italianas entre os jovens ítalo-gaúchos, o cônsul afirmou perceber um crescente interesse dessa parcela da população nos eventos culturais. Ele destacou que são, justamente, os jovens que mais buscam o reconhecimento da cidadania italiana.
Caruso também pontuou que há um esforço por parte dos jovens em aprender o italiano ou o talian e enfatizou o papel do consulado em fomentar esse interesse. Para ele, obter a cidadania italiana sem conhecer um dos idiomas é um desperdício de oportunidades.
“Vejo muitos jovens interessados em aprender italiano, a língua dos nonos e das nonas. Essa cultura ainda está viva. O papel do consulado é incentivar cada vez mais o interesse pela Itália, pela imigração e pela cultura italiana. E, deixa-me dizer, é uma cultura linda. Ter o passaporte italiano, ter a cidadania italiana, sem falar italiano ou talian, é uma oportunidade perdida”, afirmou Caruso durante a entrevista.