A empresa petrolífera ENI abriu uma conta em rublos e outra em euros no Gazprombank para comprar energia russa.
A abertura de conta em rublos não viola as sanções da União Europeia à Moscou, garante a empresa, mas a Comissão Europeia entende o contrário.
30% do capital da ENI pertence ao governo italiano.
Na semana passada, o primeiro-ministro Mario Draghi tinha afirmado que seria possível que as empresas europeias pudessem comprar produtos e energéticos russo sem que isso configurasse o descumprimento da proibição de importações anunciada pela Comissão Europeia no início de maio.
De acordo com um comunicado da própria empresa, a ENI já deu início ao processo de abertura de duas contas correntes no Gazprombank, o braço financeiro da petrolífera estatal russa Gazprom, uma em rublos e outra em euros, “como precaução”, explica a empresa, que acrescenta que o prazo para o cumprimento das obrigações contratuais estão se aproximando do prazo limite.
A ENI salienta que a abertura das contas sucede depois de a Gazprom ter pedido unilateralmente “para emendar os contratos existentes entre as partes, de acordo com o novo procedimento de pagamento de gás estabelecido pela Federação Russa”. A empresa diz que se opõe às alterações feitas pela Gazprom, mas que iria abrir as contas a título temporário, “sem prejuízo dos seus direitos contratuais, que continuam a prever o pagamento em euros”.
Segundo a Bloomberg, cerca de 20 empresas europeias estão nessas condições, ou seja, abrindo contas em rublos para acomodar as exigências de pagamento implementadas pelo governo de Vladimir Putin para a compra de petróleo e gás natural liquefeito.