O padre Marcelo Rossi, que carrega um dos sobrenomes italianos mais populares, ficou muito conhecido pelo seu trabalho de evangelização em meios de comunicação, principalmente a televisão e o rádio.
Além de sacerdote, Padre Marcelo Rossi é cantor e escritor, e sua atuação midiática para divulgar o catolicismo ajudou a popularizar a música religiosa do movimento Renovação Carismática Católica (RCC).
Marcelo Mendonça Rossi nasceu em São Paulo no dia 20 de maio de 1967, filho primogênito do gerente de banco Antônio Rossi e da dona de casa Vilma Rossi.
Ele cresceu no bairro de Santana, na cidade de São Paulo, ao lado dos pais e das irmãs mais novas, Mônica e Marta. Apesar de ser criado em uma família católica, com 16 anos decidiu que não frequentaria mais a igreja.
Reencontro de Marcelo Rossi com a fé
Em 1986 serviu o Exército na 1ª Companhia do II Batalhão de Guardas de São Paulo e ingressou no curso de Educação Física nas Faculdades Integradas de Santo André (FEFISA), formando-se em 1989.
Ainda na juventude, a morte de um primo em um acidente de carro e o diagnóstico de um tumor cerebral recebido por uma tia levaram Marcelo Rossi a se reaproximar da igreja e reencontrar sua fé.
Ele resolveu se dedicar ao sacerdócio e ingressou no curso de Teologia da Universidade Nossa Senhora Assunção, formando-se em 1990. Iniciou também o curso de Filosofia na Faculdade Salesiana de Lorena e foi ordenado padre no dia 1º de dezembro de 1994.
Trabalho social e popularidade
Ainda seminarista, começou um trabalho social na comunidade paulista de Buraco Quente, área de favelas considerada uma das mais violentas da cidade. Ele ajudava na creche e realizava celebrações para atrair os pais das crianças.
Influenciado pela Renovação Carismática, que prevê uma liturgia com muitas músicas e coreografias, Padre Marcelo Rossi se tornou um grande expoente do movimento, o que ajudou a atrair mais fiéis para a Igreja Católica.
Depois de ordenado, Padre Marcelo logo conquistou os fiéis que assistiam suas missas na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Santa Rosália, em Santo Amaro.
No dia 2 de novembro de 1997, Padre Marcelo celebrou uma missa para mais de 70 mil pessoas no encontro religioso “Sou Feliz Por Ser Católico”, no estádio do Morumbi, em São Paulo.
Sucesso nacional
Em 1998, ele lançou o CD “Músicas Para Louvar o Senhor”, que teve mais de 3 milhões de cópias vendidas. Passou a ser reconhecido e recebia convites para diversos programas de rádio e televisão.
Unindo seu carisma e celebrações ricas em mensagens e músicas, logo o espaço da igreja ficou pequeno e suas missas passaram a ser realizadas em locais maiores, como o Santuário do Terço Bizantino.
Em 2003, ele lançou o “Portal Padre Marcelo”, que ganhou por cinco anos consecutivos o Prêmio IBest. No mesmo ano lançou o filme “Maria Mãe do Filho de Deus”, que alcançou grande sucesso. Em 2004 lançou novo filme, “Irmãos de Fé”.
Em 2006, padre Marcelo começou a construir o “Santuário Mãe de Deus” na região de Santo Amaro, zona Sul de São Paulo.
Padre Marcelo Rossi e o Vaticano
O Vaticano não via com bons olhos o padre pioneiro da Renovação Carismática no Brasil. Nas décadas de 1990 e 2000, ele foi alvo de investigação da Congregação para a Doutrina da Fé, liderada pelo cardeal Joseph Ratzinger, que se tornaria o papa Bento XVI.
A devassa foi provocada por denúncia de um religioso brasileiro, que acusou o padre de “culto ao personalismo” e “exibicionismo”, por frequentar programas de televisão populares, como o Programa do Gugu, no SBT, e o Show da Xuxa, na TV Globo, entre outros.
Ele também se apresentava na televisão e em grandes eventos em estádios de futebol ao lado de celebridades da música secular, como Rio Negro e Solimões, Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, Daniel e Sérgio Reis.
Padre Marcelo foi proibido de celebrar missas, ouvir confissões e dar a hóstia. Só ficou sabendo de toda a história quando as investigações foram arquivadas.
Em 2007, segundo o padre Marcelo, integrantes da Arquidiocese de São Paulo e organizadores da visita do papa Bento XVI ao Brasil não permitiram que ele subisse ao palco, apesar de estar escalado para fazer uma apresentação.
Em 2008, Padre Marcelo Rossi comemorou dez anos de evangelização com a gravação do DVD “Paz sim, Violência não”, no autódromo de Interlagos, reunindo vários artistas e cerca de três milhões de pessoas.
Acidente e depressão
Em 29 de abril de 2010, enquanto corria na esteira ergométrica, Padre Marcelo Rossi, que tem 1,92 metros de altura, levou um tombo, distendeu três tendões e teve uma fissura em um osso do pé esquerdo.
Foram dois meses em uma cadeira de rodas, muita dor, analgésicos, anti-inflamatórios e um aumento de 14 quilos em seu peso. O sofrimento se transformou no livro Ágape, onde fala de dor e recuperação, que se tornou um grande sucesso.
No dia 21 de outubro de 2010, Padre Marcelo Rossi foi ao Vaticano para receber das mãos do Papa Bento XVI o Prêmio Van Thuân, que condecora os evangelizadores modernos.
Em 2012, ele chegou a pesar 125 quilos. “Eu estava estressado, debilitado e deprimido. Devia ter parado, mas o que fiz foi me dopar com remédios para aguentar”, declarou em uma entrevista.
Passou a fazer dieta sem orientação de nutricionistas e, em seis meses, estava ficando anoréxico. Em 2014, no auge da anorexia, chegou a pesar 67 quilos.
A depressão surgiu em seguida, mas ele demorou a admitir que estava doente. Entristecido e fraco, diminuiu suas atividades, mas não se retirou das missas.
Nessa fase, começou a escrever a obra “Philia: derrote a depressão, o medo e outros problemas aplicando a Philia no seu dia a dia”. Segundo ele, a obra o ajudou a sair do quadro de depressão.
Atentado contra Padre Marcelo Rossi
Depois de “O Tempo de Deus” se tornar o CD mais vendido do Brasil em 2014, com 1,4 milhões de cópias, o livro “Philia” chegou ao número 1 das livrarias brasileiras, incluindo todos os gêneros.
Em 2019, durante uma missa em Cachoeira Paulista, uma mulher furou a segurança, invadiu o palco e empurrou Padre Marcelo Rossi de cima da estrutura. Pelo menos 50 mil pessoas estavam presentes na celebração.
Apesar da queda, o padre foi medicado e voltou ao palco minutos depois para continuar a missa. Os acompanhantes da mulher informaram que ela sofre de transtornos mentais.
Nos últimos anos, a forma física de Padre Marcelo vem chamando a atenção em suas aparições públicas. Ele declarou que encontrou na musculação uma forma de seguir saudável.
Origem do sobrenome
O sobrenome Rossi, com variações como Russo, Del Rossi, De Rossi ou Rossetto, tem origem na palavra rosso, que vem do latim russus, que significa cor vermelha da carne.
Outra palavra latina que deu origem a esse sobrenome é rubius ou rubeus, que significa vermelho ou ruivo, uma característica do patriarca da família, provavelmente do cabelo ou da barba.
A grafia original italiana era Rosso, mas foi essa palavra no plural, Rossi, que ganhou o mundo.
No Brasil, o sobrenome Rossi chegou no final do século 19, quando milhares de imigrantes italianos começaram a desembar no país. No estado do Espírito Santo é o segundo sobrenome mais comum entre os imigrantes da Itália, com 163 integrantes da família tendo chegado entre 1875 e 1950.
Ocorrências
Segundo o site Cognomix, existem 77.913 famílias Rossi na Itália, sendo as regiões com mais ocorrências Lombardia (15.436), Emilia-Romanha (10.985) e Toscana (9.880).
O sobrenome Rossi é o mais popular na região da Toscana, na província de Roma e na cidade de Roma.
Entre as principais variações do sobrenome Rossi estão De Rossi, Di Rosso, Russo, Di Russo, e De Russo.