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O acordo improvável na Itália e a derrota de Salvini

Salvini: autor da histórica e bizarra confusão da política italiana | Yara Nardi/Reuters

Esquerdista PD e o populista Movimento 5 Estrelas formaram coalizão para isolar atual ministro do Interior

O improvável aconteceu. A manobra suicida de Matteo Salvini provocou um acordo político entre dois velhos adversários: o Movimento 5 Estrelas (antissistema, que se apresenta como pós ideológico) e o Partido Democrático (de centro-esquerda).

A provável passagem do dirigente ultradireitista à esquerda é uma derrota para o ultradireitista Matteo Salvini, o atual ministro do Interior, que havia pedido a convocação de novas eleições, mas até o último minuto tentou convencer o M5S a voltar atrás e recuperar a aliança que o mantinha como número 2 do Governo da Itália.

Salvini, que dominava a cena institucional e midiática, o gênio das redes sociais, detonou todo o seu capital político fazendo o Governo ruir enquanto passeava pelas praias italianas tomando mojito.

Com o apoio explícito do presidente americano Donald Trump, de líderes da União Europeia e até do Vaticano, Giuseppe Conte foi o grande vencedor da crise.

Advogado e professor que não tem filiação partidária, ele foi escolhido primeiro-ministro pelos antigos sócios (Liga e 5 Estrelas) para atuar como um moderador entre as duas forças.

Comparado à época pela imprensa e outros atores políticos a um fantoche, Conte agora passará a ter um poder de fato.

Ele era o primeiro-ministro da Itália desde junho de 2018, sustentado pela aliança entre Liga Norte e Movimento 5 Estrelas (M5S). No início do mês, no entanto, o líder da Liga, Matteo Salvini, decretou o fim do governo com o M5S, abrindo uma crise política. Conte, então, renunciou ao cargo e fez duros ataques a Salvini, chamando-o de “oportunista”.

A histórica e bizarra confusão da política italiana tem um único autor e um único perdedor: Matteo Salvini.

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