Mario Draghi não é apenas um rosto familiar na União Europeia, foi o homem que salvou o euro durante a crise financeira, quando a Grécia esteve a beira de ser excluída do moeda única.
Agora, multiplicam-se os votos de confiança no ex-presidente do Banco Central Europeu enquanto novo chefe do governo da Itália.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse, no Twitter, que sua experiência é “um recurso extraordinário não apenas para a Itália, mas para toda a Europa, particularmente num momento tão difícil”.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que espera trabalhar com Draghi na “recuperação da Europa”, sendo que a Itália vai receber 209 mil milhões de euros (28% do total) do fundo de recuperação Próxima Geração União Europeia, para 2021 a 2023.
“Tenho plena confiança no fato de que a experiência, ideias e capacidades de um primeiro-ministro responsável poderão, certamente, dar uma contribuição para um governo eficiente e pró-europeu“, disse Paolo Gentiloni, comissário europeu da Economia e ex-primeiro-ministro italiano.
O grande conhecimento que Draghi tem das instituições da União Europeia será crucial também para relançar globalmente o projeto comunitário, segundo a analista política Teresa Coratella, do Conselho Europeu de Relações Externas.
“Este ano, a chanceler Angela Merkel vai deixar a liderança da Alemanha, pelo que vamos perder uma figura muito importante da política de integração europeia. Há, também, que considerar que o presidente Macron enfrentará em breve eleições em França. Portanto, o papel que Draghi pode desempenhar num momento tão delicado da Europa é muito importante”, disse a analista.
Mas algumas vozes críticas dizem que talvez não seja o melhor líder para promover um modelo de maior inclusão social na Europa, nomeadamente a eurodeputada francesa que é co-líder da esquerda radical no Parlamento Europeu, Manon Aubry: “É um pouco a fantasia dos liberais que pensam que podemos resolver os problemas atuais recorrendo a um banqueiro, quando infelizmente penso que devera acontecer o contrário, agravando esses problemas”.
Espera-se que, pelo menos na Itália, Mario Draghi volte a recorrer ao seu slogan de fazer “tudo que for preciso” para sair da crise. Por EuroNews