Os 60 milhões de italianos devem ficar em casa e só sair por “motivos comprovados de saúde ou trabalho”, obriga o novo decreto do governo de Giuseppe Conte.
O isolamento coercivo poderia ser evitado se os italianos tivessem levado o coronavírus a sério.
Diante de uma contaminação crescente do vírus em toda a Itália, milhares de italianos subiam para as estações de esqui, enchiam as academias, bares e praças, não respeitando as recomendações de ficar em casa em razão da epidemia.
No final de semana, quando algumas regiões no Norte foram declaradas zona vermelha, milhares de italianos debandaram para o Sul.
Até que – atrasado – o governo resolveu reagir.
O que a Itália quer e precisa neste momento é proteger os mais fracos: os nossos idosos, e vale ressaltar: eles são bastante ativos.
O país tem 168,9 pessoas com mais de 65 anos para cada 100 jovens. É o pais mais idoso em toda a União Europeia.
Mais de 15 mil pessoas tem mais de 100 anos. Mais de 1.100 italianos já passaram dos 105 anos. Quase todos morando na Lombardia, a região mais afetada. Os números são do Istat, o órgão de pesquisa nacional.
E a preocupação do governo é não conseguir atender adequadamente esses pacientes, que precisam de maiores cuidados, em caso de emergência.
Em toda a Itália há cerca de 5 mil leitos de Unidade de Terapia Intensiva, sendo que quase 800 pacientes com Covid-19 já ocupam as UTIs e ameaçam a estrutura sanitária do país.
E cerca de 10% dos pacientes infectados pelo coronavírus exigem precisamente desse tipo de assistência, principalmente para ventilação artificial.
Como disse o primeiro ministro em seu pronunciamento, os hábitos precisam de ser alterados. Mesmo que forçado.