Daniel Taddone, membro do Conselho Geral dos Italianos no Mundo (CGIE), foi notificado formalmente por supostamente divulgar imagens adulteradas, espalhar fake news e cometer crimes de injúria e difamação nas redes sociais. A ação foi apresentada pelos advogados do empresário Marcelo de Carvalho Fragali, proprietário da REDETV, e do empresário e ex-deputado do parlamento italiano, Luís Roberto Lorenzato.
Conforme o documento, as publicações feitas no perfil de Taddone no Instagram contêm “conteúdo falso, ofensivo, difamatório e incitam o ódio”, afetando diretamente a reputação dos notificantes. As imagens são descritas como “montagens grosseiras, sem qualquer base na realidade”, elaboradas com o objetivo de “distorcer a verdade e atacar e degradar a imagem pública e pessoal” dos envolvidos.
As postagens ocorreram logo após a aprovação do Decreto-Lei 36, que alterou pontos da lei da cidadania italiana, no dia 20 de maio.
A denúncia menciona que as publicações atingem também autoridades da República Italiana, como o senador Mario Borghese (Maie) e o deputado Dimitri Coin (Lega), em meio ao debate político sobre o Decreto-Lei 36, que modificou pontos da lei da cidadania italiana.
Na peça, os advogados argumentam que “as ações configuram ilícitos civis e penais, passíveis de responsabilização judicial tanto na esfera cível quanto na criminal”, e que “a conduta de Daniel Taddone contraria os princípios éticos, morais e legais que a ilibada instituição defende”.
O conselho de ética do CGIE será notificado para que avalie a instauração de processo disciplinar. Os advogados também já preparam ações judiciais, com pedidos de indenização por danos morais e materiais.
As acusações contra Taddone baseiam-se nos seguintes dispositivos do Código Penal:
Art. 139 — Difamação: imputar fato ofensivo à reputação de alguém.
Pena: detenção de três meses a um ano, e multa.
Art. 140 — Injúria: ofender a dignidade ou o decoro de alguém.
Pena: detenção de um a seis meses, ou multa.
§ 2º: Quando cometido nas redes sociais, a pena é triplicada.
Art. 299 — Falsidade ideológica: inserir ou alterar, com dolo, informação falsa em documento público ou particular.
Pena: reclusão de um a cinco anos, além de multa.
Além das medidas criminais, os autores buscam reparação por danos morais e materiais, devido ao impacto negativo das publicações na vida pessoal e profissional dos notificantes.
O Italianismo procurou Daniel Taddone para comentar o caso, mas, até o momento, não obteve retorno. O espaço permanece aberto para eventual manifestação ou direito de resposta.
Quem é Daniel Taddone
Daniel Taddone é um genealogista e ativista ítalo-brasileiro conhecido por sua atuação junto à comunidade italiana no Brasil. Atualmente, é membro do Conselho Geral dos Italianos no Exterior (CGIE), órgão consultivo do governo da Itália que representa os interesses dos cidadãos italianos residentes fora do país, e preside a Natitaliani, uma organização que atua na defesa dos direitos dos descendentes de italianos.

Com atuação pública nas redes sociais, Taddone tornou-se uma figura influente nas discussões sobre cidadania italiana, direitos dos italianos no exterior e genealogia Também é conhecido por seu posicionamento crítico em relação a decisões do governo italiano que afetam os ítalo-descendentes.
Sua participação no CGIE lhe dá acesso a debates institucionais e políticos envolvendo milhões de descendentes de italianos espalhados pelo mundo.
Nos últimos anos, Taddone ganhou visibilidade por usar suas redes sociais para comentar votações, decretos e medidas que envolvem a concessão, o reconhecimento ou restrição da cidadania italiana.