O Consulado Geral da Itália em Curitiba adotou uma abordagem decisiva para enfrentar as crescentes preocupações relacionadas aos agendamentos consulares suspeitos.
Através de orientações diretas da Farnesina, o órgão central de relações exteriores italiano liderado pelo diretor Luigi Maria Vignali, a representação diplomática em Curitiba tomou a iniciativa de cancelar uma série de agendamentos que alegadamente foram realizados de maneira automatizada, possivelmente com o auxílio de robôs.
Essa medida, que está prevista para se estender aos consulados do Rio de Janeiro e São Paulo, exemplifica a reação do governo italiano a um escândalo recentemente exposto pelo deputado Andrea Di Giuseppe, do partido Fdi (Irmãos da Itália), representante da região da América do Norte e Central.
Esse escândalo expôs práticas corruptas envolvendo funcionários de embaixadas e consulados italianos em todo o mundo, causando um impacto negativo na reputação dessas instituições diplomáticas.
Enquanto o cancelamento dos agendamentos visa lidar imediatamente com a situação, as autoridades da Farnesina também estão engajadas em desenvolver soluções mais abrangentes para aprimorar os serviços consulares, conforme apurado pelo Italianismo.
Os agendamentos para passaportes, vistos e reconhecimento de cidadania têm sido frequentemente alvo de críticas, especialmente na América do Sul. A decisão tomada em Curitiba é considerada uma ação temporária, enquanto medidas mais eficazes estão sendo estudadas para estabelecer um processo de agendamento transparente e acessível.
Nos grupos de cidadania e nas comunidades italianas, há relatos que indicam que o consulado de Curitiba está restringindo o acesso aos requerentes, incluindo o bloqueio de endereços de e-mail possivelmente relacionados aos agendamentos suspeitos, de processos em andamento.
O preço do jeitinho
A crescente demanda por agendamentos consulares tem aberto espaço para inovações tecnológicas. Empresas desenvolveram sistemas automatizados que substituem a intervenção humana no agendamento de vagas, com o objetivo de agilizar o processo.
No entanto, essa automatização trouxe consigo desafios, tornando ainda mais difícil a marcação manual de vagas legítimas no sistema Prenot@mi.
Em um cenário que destaca a urgência por agendamentos consulares, empresas surgem com propostas atrativas, porém questionáveis, prometendo simplificar o processo para os requerentes.
Contudo, esses serviços vêm com um custo exorbitante. De acordo com relatos em grupos de cidadania, empresas cobravam valores elevados, chegando a até R$ 2.000 para agendar um simples processo de emissão de passaporte. Surpreendentemente, obter uma vaga no processo de cidadania italiana ultrapassava os R$ 5.600.
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