Os dados mais recentes do Istat revelam que, até 31 de dezembro de 2022, o número de cidadãos italianos residindo no exterior atingiu 5,94 milhões, um aumento de 97 mil indivíduos em comparação com o início do ano. Este crescimento, embora significativo em termos absolutos, representa um incremento relativo modesto de 1,7%.
Fatores contribuintes para o aumento
O crescimento da população italiana no exterior em 2022 pode ser atribuído a vários fatores:
- Movimentos migratórios: Houve um saldo migratório positivo de mais de 25 mil, com os expatriados superando os repatriados. Esse movimento envolveu ligeiramente mais mulheres do que homens.
- Dinâmica natural: A taxa de natalidade entre os italianos no exterior foi positiva, com 25 mil nascimentos contra 8 mil óbitos.
- Aquisição de cidadania: Houve 85 mil novas aquisições de cidadania italiana, sendo a maioria reconhecimentos de cidadania iure sanguinis, que se refere ao direito de cidadania baseado na ascendência.
Mais de metade dos italianos que residem no estrangeiro vivem na Europa
Mais da metade dos italianos no exterior vive na Europa, totalizando 3,246 milhões, enquanto 2,384 milhões residem na América. Este padrão reflete uma distribuição histórica das migrações italianas.
América Latina
Na América Latina, especialmente no Brasil e na Argentina, as aquisições de cidadania italiana foram predominantes.
Em 2022, aproximadamente 65 mil italianos adquiriram a cidadania nesses países, com destaque para o Brasil (27 mil aquisições) e a Argentina (26 mil aquisições), principalmente por reconhecimentos iure sanguinis. Buenos Aires e São Paulo são os consulados com o maior número de aquisições de cidadania.
Europa
Contrariamente, nos países europeus, as aquisições de cidadania foram significativamente menores, com cerca de 12 mil novas cidadanias.
Perfil demográfico
Dos italianos residentes no exterior, apenas 31,6% nasceram na Itália. Esta proporção é ainda menor em países da América Latina, como Argentina (10,5%) e Brasil (5,6%), onde a cidadania é frequentemente herdada por descendência.
A média de idade dos italianos no exterior é de 43 anos, com uma predominância masculina entre os nascidos na Itália. Em contraste, os italianos nascidos no exterior apresentam uma distribuição de gênero mais equilibrada e são, em média, mais jovens.
Consolidados de italianos no Exterior
Os consulados com o maior número de italianos residentes são Londres, com quase 375 mil italianos, e São Paulo, com pouco mais de 364 mil.
Estes números destacam a importância dessas cidades como destinos principais para os italianos que vivem fora do país.
Movimentos migratórios recorrentes
Em 2022, quase 100 mil italianos emigraram, enquanto cerca de 74 mil retornaram à Itália. A maioria dos emigrantes dirigiu-se a países europeus (79,6%), com o Reino Unido, Alemanha, França, Suíça e Espanha sendo os destinos mais comuns.
Perfil dos emigrantes
Os emigrantes italianos em 2022 foram predominantemente jovens: 54% tinham entre 20 e 39 anos e 18,4% tinham menos de 20 anos. Além disso, uma parte significativa dos emigrantes era bem qualificada, com 30,7% possuindo pelo menos um diploma universitário. (Foto: Depositphotos)