Leonardo da Vinci (1452-1519), quem diria, deixou herdeiros. Um estudo recente encontrou 14 descendentes da linhagem masculina do polímata italiano, localizados a partir da reconstrução de uma árvore genealógica que remonta há 690 anos e 21 gerações.
Publicado nesta terça-feira, 6, o estudo foi liderado pelo fundador do Museu Ideal Leonardo Da Vinci, Alessandro Vezzosi, e pela presidente da Associazione Leonardo Da Vinci Heritage, Agnese Sabato, e expande uma pesquisa divulgada em 2016.
A ideia é conseguir reconstruir o perfil genético do gênio.
“Em 2016, nós já tínhamos identificado 35 descendentes vivos de Leonardo, mas eles eram mais indiretos, frutos de parentescos paralelos também na linhagem feminina, como no caso mais conhecido do diretor Franco Zeffirelli”, disse Vezossi em entrevista à Ansa.
“Mas, essas não eram pessoas que nos davam informações úteis sobre o DNA de Leonardo e, em especial, sobre o cromossomo Y, que é transmitido aos descendentes masculinos e permanece quase sem variações por 25 gerações”.
Os autores dizem que Leonardo teve pelo menos 22 meio-irmãos, mas nenhum filho. O trabalho documenta a linha contínua, de pai para filho da família Da Vinci, um sobrenome que acabaria por permanecer na cidade de Vinci.
O estudo parte de 1331, com Michele, avô de Leonardo, enquanto o artista, nascido em 1452, é da sexta geração. A linha familiar continua até hoje, num total de 21 gerações e cinco ramos familiares.
“Eles têm idades entre 1 e 85 anos e não vivem em Vinci, mas em cidades próximas da Versilia, na Toscana. Eles têm trabalhos normais, com empregos diversos, como geômetras, artesãos”, pontua ainda o italiano, sem dar mais detalhes de quem seriam esses homens. Agora, o DNA dos 14 será analisado nos próximos meses para contribuir com a força-tarefa internacional The Leonardo Da Vinci DNA Project, liderada pelo pesquisador Jesse Ausubel, da Universidade Rockefeller de Nova York.