Jessica Sanchez está entre os seis bartenders do mundo escalados para o projeto, que tem formato de curta-metragem
Jessica Sanchez, do Vizinho Gastrobar, bar da Avenida das Américas no Rio de Janeiro, é o rosto, quer dizer, as mãos brasileiras que vestem as luvas vermelhas desta edição do Red Diaries — o novo formato do calendário Campari, que deixou o papel para ganhar as telas em formato de curta-metragem. No filme “Entering Red”, dirigido pelo italiano Matteo Garrone (de “Dogman”), lançado na Itália, a mixologista faz aparições enigmáticas que ajudam — ou não — a atriz cubana Ana de Armas (de “Blade Runner 2049” ) a encontrar o negroni perfeito em Milão. O coquetel mais famoso feito com gim, vermute tinto e o aperitivo italiano completa 100 anos e é o mote da trama.
“Dez anos atrás, era um desafio estar atrás do bar fazendo coquetéis, não via mulheres fazendo isso”, diz Jessica, orgulhosa por estar entre os seis bartenders do mundo escalados para o projeto. “É como uma recompensa ser reconhecida pelo meu trabalho dentro e fora do meu país e, se isso servir de inspiração para outras mulheres, é melhor ainda”.
Passada a primeira barreira, ela encara a diferença de gênero no bar de forma pragmática.
“Vejo as coisas acontecerem de forma igual para homens e mulheres. Além da questão de gênero, a sua orientação sexual, cor e classificação social são pontos muito fortes de preconceito”, ressalta Jessica, que dá pouca atenção e esses embates. “A forma como você reage a isso diz mais do que a ação em si. Sou muito segura do que eu represento e do que eu posso fazer. O vitimismo é muito negativo”.