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Amadeo Rossi: metalúrgico italiano revolucionou mercado de armas

O jovem italiano veio para o Brasil no final do século 19 e construiu uma das mais tradicionais empresas do país

amadeo rossi
Amadeo Rossi: metalúrgico italiano revolucionou mercado de armas no Brasil

O italiano Amadeo Rossi chegou ao Brasil em 1881 e abriu uma oficina. Ela se transformou na Rossi Airguns Airsoft, empresa com 132 anos de sucesso no país.

Nascido na cidade de Belluno, localizada na região do Vêneto, na Itália, hoje com pouco mais de 32 mil habitantes, Amadeo Rossi chegou ao Brasil em 1881. Ele veio junto com seu pai, Modesto Rossi, e quatro irmãos.

Nascido em 15 de maio de 1862, Amadeo Rossi tinha 19 anos de idade quando veio para o Brasil. Enquanto o restante da família se dedicava à agricultura, ele decidiu retomar o ofício de metalúrgico, que já exercia na Itália.

Oito anos depois de sua chegada, em 1889, ano da Proclamação da República Brasileira, Rossi começou a trabalhar em uma pequena oficina na cidade de Caxias do Sul, onde a família se estabeleceu no Rio Grande do Sul. Na época, ele produzia utensílios domésticos, artigos de montaria e instrumentos agrícolas.

Trabalhadores da Amadeo Rossi & Cia, em 1922

Equipamentos novos

Em 1912, ele se uniu a outros empresários e reativou a Associação dos Comerciantes, tornando-se um dos líderes da entidade. No ano seguinte, abriu também uma ferraria e uma serraria e foi até a Europa para encomendar equipamentos novos para sua metalúrgica.

No dia 3 de agosto de 1914, seu pai Modesto Rossi morria, aos 70 anos. Enquanto isso, seus produtos agrícolas iam ganhando reconhecimento, principalmente devido à qualidade do metal utilizado.

Em 1918, ainda durante o período da República Velha, Rossi e seus filhos mais velhos fundaram a Amadeo Rossi Metalurgia e Munições. Nesse mesmo período, a fábrica passou a produzir espoletas para cartuchos de caça, decisão que mudaria completamente o destino da pequena fábrica.

Antigo estojo do revólver Rossi

Amadeo Rossi muda de ramo

Com a mudança de segmento, a empresa começou a crescer cada vez mais, até o ponto em que não havia mais condições de permanecer em Caxias do Sul. Foi assim que, em 1937, durante a instauração do Estado Novo por Getúlio Vargas, a Amadeo Rossi & Cia se mudou para São Leopoldo, também no Rio Grande do Sul, buscando melhores condições de logística e fornecimento de energia elétrica.

No ano de 1943, ainda sob o regime do Estado Novo, mas agora também em meio à Segunda Guerra Mundial, a Rossi foi declarada indústria de interesse nacional, passando a fabricar armas de fogo como espingardas, rifles, carabinas, revólveres e pistolas. Na mesma época, a empresa passou a contratar engenheiros italianos para trabalhar no desenvolvimento de seus produtos.

Em 1956, com a morte de seu fundador, Amadeo Rossi, sua família assumia o controle da empresa. Já no ano de 1957, era lançado o seu primeiro modelo de revólver, o Rossi Princess, modelo de ação simples que fez muito sucesso devido ao seu preço baixo. Quatro anos mais tarde, em 1961, era lançado o primeiro modelo da carabina de pressão Dione.

Os revólveres tinham preço reduzido e eram de alta qualidade

Sucesso nos novos produtos

Nesse novo segmento, a companhia começou a ser reconhecida pela linha de produção de armas e munições e ganhou novos territórios fora do Brasil. Entre seus sucessos de vendas estavam as carabinas da linha Puma, que eram réplicas da clássica Winchester 1892. Os seus revólveres também fizeram sucesso devido ao preço reduzido e alta qualidade dos materiais, mecanismos e acabamento.

Sua reputação dentro e fora do Brasil só crescia e a Rossi passou a exportar para mais de 70 países diferentes, sendo o principal os Estados Unidos. Todo esse reconhecimento rendeu à empresa o prêmio de Melhor Linha de Revólveres no Mercado Norte-Americano, em 1994.

Neste segmento, a empresa continuou construindo sua reputação e escrevendo a história, até que no ano de 2007, próximo do seu 120º aniversário, se distanciou das armas de fogo, vendendo os equipamentos e os direitos de produção desse setor para a Taurus. O objetivo era focar em um novo segmento: as armas de ar comprimido, relacionadas ao esporte e lazer.

As armas fizeram a reputação em mais de 130 anos de história da empresa

Amadeo Rossi muda novamente

De exportadora a empresa passou a importadora, trazendo e distribuindo para todo o país os melhores produtos e acessórios para a prática do tiro esportivo. O foco pode ter mudado, mas o grupo continuou seguindo a qualidade e credibilidade que o nome Amadeo Rossi sempre trouxe.

Hoje em dia, a marca é a principal importadora e distribuidora de Airguns, Airsoft e artigos relacionados do Brasil, sendo referência comercial e atendendo todo o território nacional.

A Rossi conta com mais de 1.200 itens na sua linha de produtos, dos quais 95% são importados de diversos países. A empresa tem expertise no segmento e vem desenvolvendo fortes parcerias com grandes empresas da China, Taiwan, Turquia, Espanha e Estados Unidos, o que garante continuidade e crescimento em seu mercado de atuação.

Hoje o grupo trabalha com pistolas de Airsoft Airgun

Frutos do trabalho

Atualmente, a empresa mantém sua sede original na cidade de São Leopoldo, e representa no Brasil diversas fabricantes estrangeiras de armas de pressãoairsoft e artigos de tiro esportivo como a Cometa, GAMO, Hatsan, Crosman, Beeman, dentre outras. Em 2013, a empresa registrou faturamento de R$ 42 milhões.

A fábrica em São Leopoldo fica em uma área de 8 hectares, com 78 mil m² de área total e 28 mil m² de área construída. A Amadeo Rossi está sob comando da quarta geração da família, com Luciano Rossi e Cláudio Rossi na diretoria executiva, e com colaboradores que atuam há vários anos na empresa, como José Ilco Doyle, gerente geral, e Paulo de Mattos, gerente jurídico.

Um negócio que manteve a família e os amigos por perto, como sonhavam Amadeo Rossi e seu pai Modesto Rossi quando chegaram ao Brasil no final do século 19, para trabalhar e construir uma vida digna em seu novo país.

Por Roberto Schiavon/Italianismo

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