Apesar de a Agência Europeia do Medicamento reafirmar que não existe ainda nenhum medicamento eficaz no combate à epidemia do novo coronavírus, a Itália quer produzir a droga em uma instalação pública.
Isso será possível graças aos acordos entre o Ministério da Saúde, a Aifa (Agência Italiana de Medicamentos) e a Fábrica Química Farmacêutica Militar em Florença, segundo publicação do jornal La Repubblica, desta quarta-feira (8).
Os militares – também relata o jornal – expressaram a vontade de produzir a cloroquina, mas aguardam alguns passos formais.
A estrutura já existe. Em 2009, na época da chamada “gripe suína”, os militares colocaram em produção um medicamento antiviral, que permaneceu praticamente sem uso. Agora, em tempos de emergência mundial, os italianos querem dar uma contribuição mais significativa, aproveitando-se de uma molécula – nascida na segunda metade dos anos 1900 – para combater a malária e que possui patente expirada.
Usar com parcimônia
No auge da pandemia, o governo da Itália autorizou o uso de cloroquina e hidroxicloroquina, medicamentos geralmente empregados contra a malária, no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Por esse motivo, a Aifa autorizou, mas recomendou aos médicos que prescrevem a droga fazer “uma avaliação cuidadosa do paciente” e lembrou que seu uso é aprovado “apenas para o tratamento e não para a profilaxia do Covid-19”.
Observações clínicas preliminares sugerem que os medicamentos podem ser benéficos, mas também trazem efeitos adversos, principalmente no coração.
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