UTIs do país arriscam entrar “em colapso” se a curva de contágios não diminuir
A Federação Nacional das Ordens dos Médicos da Itália (Fnomceo) pediu a instauração de um lockdown em todo o território do país.
Desde a última sexta-feira (6), quatro das 20 regiões italianas são consideradas como “zonas vermelhas” na escala de risco do governo e convivem com regras semelhantes às da quarentena vigente entre março e maio, como proibição de sair de casa sem motivo justificado e fechamento de restaurantes e do comércio não essencial.
A província autônoma de Bolzano, no extremo-norte do país, também foi transformada em “zona vermelha”, mas os médicos pedem que o lockdown seja estendido para todo o território nacional.
“A Ordem dos Médicos pede lockdown total em todo o país”, diz uma mensagem postada pela federação em sua página no Facebook, proposta que foi reforçada pelo presidente da entidade, Filippo Anelli, à imprensa local.
A Fnomceo vem pressionando por medidas mais rígidas desde meados de outubro, quando já alertava para o risco de saturação de UTIs por todo o país.
Seguindo a mesma linha, o presidente da associação nacional de anestesistas de UTIs, Alessandro Vergallo, disse nesta segunda-feira (9) que o número de internações em terapias intensivas pode dobrar em uma semana se a tendência atual se mantiver.
Atualmente, a Itália tem 2.749 pacientes da Covid-19 em UTIs, maior número desde 17 de abril (2.812). “Ainda estamos aguardando eventuais benefícios do último decreto, que podem aparecer apenas depois de 10 dias”, declarou Vergallo.
“As UTIs já estão sob pressão. Considerando isso, a proposta de um lockdown nacional é racional”, acrescentou. O país vem registrando recordes seguidos de casos diários de Sars-CoV-2, e o número de mortes a cada 24 horas – 331 no último domingo (8) – voltou ao patamar do início de maio.
Até o momento, a Itália soma mais de 935 mil contágios e cerca de 41,4 mil óbitos na pandemia.
Risco de colapso em UTIs
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, alertou nesta segunda-feira que as UTIs do país arriscam entrar “em colapso” se a curva de contágios na pandemia do Sars-CoV-2 mantiver a tendência de crescimento.
Em mensagem no Facebook, o chanceler lembrou que o país tem hoje cerca de 560 mil casos ativos do novo coronavírus, número recorde desde o início da pandemia. Desse total, 2.749 pacientes estão em UTIs, maior número desde 17 de abril (2.812).
“Devemos ficar atentos ao que está acontecendo em nossos hospitais. Repito isso há dias: se a curva de contágios não diminuir e o número de internações em terapias intensivas continuar aumentando, arrisca-se um colapso. E é isso o que dizem médicos e cientistas”, declarou Di Maio.
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Por Ansa