Mais de 116 mil refugiados ucranianos chegaram à Itália desde que a Ucrânia foi invadida pela Rússia no final de fevereiro.
Para abrigá-los, as autoridades italianas começaram a usar propriedades confiscadas da máfia.
A Itália já tinha a segunda maior população ucraniana da Europa antes do início da guerra. Agora, dezenas de milhares de refugiados ucranianos chegaram.
Uma delas é Tetiana, que fugiu da cidade de Bucha, 30 quilômetros ao norte de Kiev, com seus quatro filhos e sua mãe. “A luta foi intensa. Quando o bombardeio começou em nossa área, constantemente ouvíamos mísseis sobre nossas cabeças”, diz ela.
Agora Tetiana e sua família vivem em Rescaldina, cidade próxima de Milão, em um apartamento tomado da ‘Ndrangheta, a máfia calabresa.
É uma das 3.250 propriedades confiscadas de grupos do crime organizado na Lombardia, das quais 662 foram disponibilizadas para refugiados ucranianos até agora.
“Estamos esperando que a administração nos dê a lista de pessoas que serão alojadas aqui. Estamos finalizando os últimos retoques, pois estas casas acabam de ser reformadas, diz o prefeito de Rescaldina, Gilles Ielo.
Atualmente, o estado italiano possui cerca de 40 mil propriedades que costumavam estar nas mãos da máfia.
Trata-se de uma carteira de imóveis no valor de mais de 300 milhões de euros, gerida por uma agência nacional que administra os bens apreendidos ou confiscados do crime organizado.
“Selecionamos as casas que poderiam ser usadas imediatamente”, conta Bruno Corda, diretor da agência.