A Itália, junto com a França, se confirmou como o país com o maior número de idosos acima de 100 anos de idade entre 2009 e 2019, um novo recorde nacional.
Os números foram divulgados nesta quarta-feira (24) pelo Instituto Nacional de Estatísticas (Istat) e são mais uma prova do contínuo envelhecimento da população italiana.
O índice revela que, nos últimos 10 anos, o número de centenários no país aumentou de 11 mil para mais de 14 mil, enquanto que a quantidade com mais de 105 anos de idade praticamente duplicou, passando de 472 para 1.112, um aumento de 136%.
A partir de 1º de janeiro de 2019, 14.456 pessoas residentes na Itália atingiram a idade de 100 anos, sendo que, desse total, 84% são mulheres. Entre os centenários, 1.112 têm ou já ultrapassaram os 105 anos de idade. Ao todo, 87% são do gênero feminino.
Ainda segundo os dados do Istat, dos 125 indivíduos que completaram 110 anos, entre 2009 e 2019, 93% são mulheres, o que confirma 90% da predominância feminina nas idades extremas da população.
No entanto, nenhum dos cidadãos nasceram no século 19. Nos últimos 10 anos, após um crescimento constante até 2015 (ano de pico histórico com mais de 19 mil indivíduos), a população longeva teve uma redução devido, em boa parte, a um efeito estrutural: o corte populacional dos que nasceram na época da Primeira Guerra Mundial. De acordo com os números, no período foi registrado 5.882 italianos com 105 anos, sendo 709 homens e 5.173 mulheres.
Destes, 1.112 ainda estão vivos. A tendência pode ser parcialmente explicada pelo fato de que a longevidade está ligada ao fator genético. A maioria dos centenários reside no norte da Itália. Entre os mais de 105 anos, 338 moram no Noroeste, 225 no Nordeste, 207 no Centro, 230 no Sul e 112 nas Ilhas.
A região com o maior percentual é a Ligúria, seguida por Friuli-Venezia Giulia e Molise. Já os maiores de 105 anos podem ser encontrados, em sua maioria, na Lombardia. A pessoa mais velha que vive na Itália, por sua vez, é uma mulher de 113 anos residente na região da Emília-Romagna.
O segredo da longevidade ainda está sendo investigado, mas, segundo a Confederação Nacional dos Cultivadores Diretos (Coldiretti), a dieta mediterrânea é, sem dúvida, uma receita vencedora que pode contribuir para esse recorde de centenários.
Para a entidade, “o pão, macarrão, frutas, verduras, carne, azeite extra virgem e o tradicional copo de vinho consumido à mesa em refeições regulares podem ser considerados um meio de prolongar a vida”.
Por Agência Ansa