Ministro do Trabalho, Luigi Di Maio, afirma que abertura está “destruindo as famílias”
O ministro do Trabalho e do Desenvolvimento Econômico da Itália, Luigi Di Maio, propôs restrições à abertura de lojas e outros pontos comerciais aos domingos.
Segundo Di Maio, que também é vice-premier e líder do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), a “liberalização” promovida pelo governo de Mario Monti (2011-2013) está “destruindo as famílias italianas”.
“Em matéria de comércio, aprovaremos até o fim do ano a lei que impõe limites a centros comerciais nos fins de semana e feriados, com turnos e um horário que não será mais liberalizado. É preciso recomeçar a disciplinar horários de abertura e fechamento”, declarou o ministro.
Di Maio afirmou que sua proposta incluirá um “mecanismo de turnos” que garantirá o funcionamento de 25% das lojas. “Sempre haverá um lugar para fazer compras”, garantiu.
A decisão sobre quem abre e quem fecha as portas caberia a prefeitos e aos próprios comerciantes. No entanto, segundo o ministro da Agricultura e do Turismo, Gian Marco Centinaio, o plano não valerá para “cidades turísticas”.
O ex-premier Matteo Renzi, principal voz da oposição, criticou a medida. “Obrigar todos a fecharem no domingo é absurdo, significa mandar embora tantos jovens”, declarou o centro-esquerdista, chamando Di Maio de “ministro do desemprego” e o acusando de sugerir ideias mirabolantes quando está em “crise de visibilidade”.
Apesar de liderar o maior partido da coalizão governista, Di Maio vem sendo eclipsado pelo ministro do Interior Matteo Salvini, da Liga, e por sua batalha contra a migração. Enquanto o ultranacionalista vem conseguindo implantar uma política migratória mais dura, Di Maio ainda luta para tentar emplacar as bandeiras do M5S, como a renda de cidadania.
A economia da Itália ainda patina para crescer e apresenta taxa de desemprego de 10,9%, índice que sobe para 32,6% quando se considera apenas os jovens de 15 a 24 anos.
Por Ansa