Maioria pensa que a taxa de estrangeiros no país é de 30%, quando na realidade é de 8%
Um relatório da comissão parlamentar da Itália sobre intolerância, xenofobia e racismo, divulgado em 6 de julho, mostra que uma parcela da população acredita que há mais imigrantes no país do que mostram as estatísticas.
Segundo a pesquisa, a maioria dos italianos pensa que a taxa de imigrantes no país é de 30%, quando na realidade é de 8%. O mesmo estudo revela que cerca de 56,4% dos italianos acreditam que há muitos imigrantes e 52,6% pensam que o aumento do número de imigrantesfavorece a difusão da criminalidade e do terrorismo.
Um outro relatório, divulgado pela associação Antigone, que defende os direitos humanos e garantias do sistema penitenciário, também contraria a ideia de que a maior parte dos delinquentes é estrangeira.
O documento conclui que o número de detentos estrangeiros na Itália caiu pela metade nos últimos 10 anos. Esses 13.490 presos não-europeus representam 22,9% do total de prisioneiros.
Outro dado interessante é em relação à Previdência Social na Itália. Segundo o organismo, com o baixo índice de natalidade do país, a presença do imigrante regular, que trabalha e paga impostos, será fundamental para pagar a previdência dos idosos.
CASOS DE AGRESSÕES RACISTAS
O ministro do Interior, Matteo Salvini, líder do partido de extrema-direita e ultranacionalista Liga, nega um aumento do número de agressões racistas no país, apesar de alguns casos terem sido destaque na imprensa nos últimos tempos.
Um deles é o ataque contra a campeã italiana de lançamento de discos, Daisy Osakue, de origem nigeriana. Ela foi atingida no olho por um ovo atirado de um carro em movimento, mas o Ministério Público negou o cunho racista do episódio.
Na Itália, não há estatísticas oficiais sobre crimes de racismo e xenofobia nos últimos dois meses. O único dado disponível é o estudo do jornalista Luigi Mastrodonato, que publicou um mapa interativo com todas as últimas agressões.
Segundo ele, desde 1° de junho, dia em que o novo governo formado pela Liga e pelo Movimento 5 Estrelas tomou posse, foram 30 agressões físicas racistas, uma média de uma a cada dois dias.
Notícia publicada originalmente por Folha