O Ministério Público de Milão pediu nesta terça-feira, 25, a condenação da influenciadora Chiara Ferragni a um ano e oito meses de prisão por fraude agravada. O caso envolve campanhas publicitárias ligadas a produtos vendidos com a promessa de repasse de recursos para instituições de caridade.
Segundo os procuradores Eugenio Fusco e Cristian Barilli, a empresária teria obtido lucro indevido de 2,2 milhões de euros, cerca de R$ 13,7 milhões, com a venda de pandoros e ovos de Páscoa entre 2021 e 2023.
Os produtos levavam a imagem da influenciadora e vinham com a promessa de que parte da arrecadação seria destinada a um hospital infantil em Turim e a uma ONG voltada a crianças com deficiência.
A investigação apontou que as doações, feitas antes das campanhas, foram em valores menores do que os arrecadados nas vendas posteriores.
O caso ganhou repercussão nacional e internacional. Após a divulgação das denúncias, Chiara Ferragni perdeu contratos publicitários e se comprometeu a doar 1 milhão de euros ao hospital e 1,2 milhão à ONG envolvida.
Além disso, firmou acordos com entidades de defesa do consumidor para ressarcir clientes afetados.
Ainda assim, a influenciadora sustenta que não houve má-fé.
“Nós fizemos tudo em boa fé, ninguém lucrou com isso”, afirmou Ferragni em declaração espontânea no tribunal nesta terça-feira.
A defesa deve apresentar suas alegações finais na próxima audiência.
Também foram denunciados Francesco Cannillo, presidente da Cerealitalia, responsável pelo ovo de Páscoa, e Fabio Damato, ex-colaborador de Ferragni. O MP pediu penas de um ano e de um ano e oito meses, respectivamente.
Alessandra Balocco, presidente da Balocco, empresa responsável pelo pandoro, também era ré no processo, mas morreu durante o andamento do caso.

































































