Apresentação mistura músicas populares com ópera, além de aquecer público para o disco “Sí”, a ser lançado em outubro
Transitando entre a música pop e o repertório lírico, combinação que já rendeu sucesso a grandes artistas, o italiano Andrea Bocelli se tornou um dos mais célebres e amados tenores do mundo. É esse fenômeno de público que se apresenta pela primeira vez em Porto Alegre neste domingo, às 20h, em concerto repleto de convidados no Estádio Beira-Rio. Será o início de uma turnê brasileira que também passará por Brasília (no dia 26) e São Paulo (dias 29 e 30).
Com direção musical do maestro Eugene Kohn, que trabalhou durante décadas com Plácido Domingo, a apresentação em Porto Alegre terá uma primeira parte dedicada a conhecidas árias de ópera e uma segunda parte com músicas populares. Estão confirmadas, entre outras, Con Te Partirò e ‘O Sole Mio. Na segunda etapa, a cantora Maria Rita vai realizar uma parceria inédita com o tenor.
Entre as participações internacionais, estarão a soprano Larisa Martinez e o CARisMA Guitar Duo (formado pelos violonistas clássicos Magdalena Kaltcheva e Carlo Corrieri). Acompanharão Bocelli os 60 músicos com idades entre 14 e 25 anos da Orquestra Juvenil Heliópolis, mantida pelo Instituto Baccarelli, que realiza um trabalho de inclusão social pela música em São Paulo. O show de abertura, a partir das 19h, será com o acordeonista gaúcho Paulinho Cardoso.
Carreira de sucessos
Cego desde os 12 anos, quando uma bola de futebol atingiu a cabeça do garoto que já tinha a visão prejudicada por um glaucoma, Bocelli formou-se em Direito pela Universidade de Pisa, mas abandonou a carreira jurídica para se dedicar ao canto.
— Eu já tive tanto na vida. Sou uma pessoa de muita sorte. Desde menino, fui cercado do bem mais precioso, que é o afeto — declarou a Zero Hora em maio.
No início dos anos 1990, o então pouco conhecido Bocelli foi convidado por Zucchero para gravar uma versão demo de Miserere.
A intenção do astro pop era usar a fita para convidar o supertenor Luciano Pavarotti para um dueto, o que de fato ocorreu (no disco de 1992 que leva o nome da canção), mas Boccelli terminou embarcando em uma turnê europeia com Zucchero fazendo a parte de Pavarotti — que por sua vez passou a admirar o jovem tenor.
Miserere entrou no primeiro disco de Bocelli, Il Mare Calmo Della Sera, de 1994. O segundo álbum, no ano seguinte, trouxe outro sucesso: Con Te Partirò, que depois ganhou versão em dueto com Sarah Brightman como Time to Say Goodbye. A fama nos Estados Unidos foi selada em 1997, com o álbum Romanza, que reunia canções dos trabalhos anteriores, deixando um saldo de mais de 15 milhões de cópias vendidas no mundo. Sogno, de 1999, trazia The Prayer, dueto com Céline Dion no auge da fama (dois anos antes, ela havia alcançado sucesso estrondoso com My Heart Will Go On, tema do filme Titanic).
Paralelamente, Bocelli deixou uma farta discografia focada no repertório lírico, tendo gravado sob regência de alguns dos maestros mais prestigiados do mundo, como Zubin Mehta (que trabalhou com os Três Tenores), Valery Gergiev e Fabio Luisi. Em sua discografia, figuram Aida, de Verdi; Turandot, de Puccini; e Carmen, de Bizet, entre outras óperas.
No dia 26 de outubro, Bocelli lançará Sì, primeiro disco de canções inéditas em 14 anos, produzido por Bob Ezrin (o mesmo de The Wall, do Pink Floyd). O primeiro single, If Only, foi lançado em inglês, italiano e espanhol.