A cozinha italiana recebeu nesta semana o primeiro parecer favorável da UNESCO para se tornar Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A decisão foi comunicada na segunda-feira, 10, após avaliação do comitê técnico de especialistas da organização.
O dossiê de candidatura ainda será analisado pelo Comitê Intergovernamental da UNESCO, que se reunirá em Nova Deli, na Índia, entre os dias 8 e 13 de dezembro. A inclusão definitiva dependerá desse julgamento final.
Se aprovada, a cozinha italiana será a primeira no mundo a obter esse reconhecimento. Atualmente, apenas a arte do pizzaiolo napolitano figura na lista, desde 2017, representando uma parte restrita do vasto patrimônio gastronômico do país.
O ministro da Agricultura, Soberania Alimentar e Florestas da Itália, Francesco Lollobrigida, destacou o interesse da mídia e do público no processo. “É maravilhoso ver o interesse com que é acompanhado o processo de reconhecimento da cozinha italiana como patrimônio da UNESCO”, declarou. Ele pediu cautela, lembrando que o processo ainda não está concluído: “Candidatamos uma grande tradição, um elemento que nos distingue, mas ainda não alcançamos este grande e merecido objetivo.”
A candidatura teve início em 2020, com o apoio de associações do setor e instituições culturais. A redação do dossiê ficou a cargo de Pier Luigi Petrillo, professor da Universidade Luiss Guido Carli, em Roma. “A avaliação técnica publicada diz-nos que o dossiê está bem elaborado”, afirmou à agência Ansa. No entanto, ele alertou que o comitê de dezembro poderá rever completamente o parecer: “Este primeiro ‘sim’ não deve criar ilusões.”
Além da cozinha italiana, receberam parecer favorável nesta etapa o canto suíço, o gênero musical cubano Son, o origami japonês, o vinho passito do Chipre e tradições religiosas do México ligadas à paixão de Cristo.
A Itália já conta com diversos bens culturais reconhecidos pela UNESCO, tanto materiais quanto imateriais, como o canto lírico, a Via Ápia e as construções tradicionais conhecidas como “casas de fadas”, na Sardenha.

























































