Ricardo Merlo, presidente do Movimento Associativo Italianos no Exterior (MAIE), publicou um vídeo no qual afirma que a carta de identidade eletrônica é “inútil” para quem vive fora da Europa. Ele pediu calma aos italianos na América do Sul e disse que muitos estariam “agitados” sem necessidade diante da nova possibilidade de emissão do documento.
No vídeo gravado no Ministério das Relações Exteriores, em Roma, Merlo disse que os italianos podem fazer a carta de identidade (equivalente ao RG brasileiro) e que, com a nova lei, também poderão emiti-la diretamente no município de origem. Mas usou a ironia para transmitir sua mensagem: “vejo que há muita gente muito agitada, desesperada pela carta de identidade eletrônica”.
Segundo Merlo, o documento pode ser emitido inclusive agora e, com a mudança legislativa, também poderá ser feito diretamente na Itália, como o Italianismo já havia adiantado aqui: Italianos no exterior poderão solicitar Carta de Identidade em qualquer comune italiano.
“Vocês têm direito de fazê-la, inclusive agora. Quando a lei for aprovada, vocês poderão fazê-la na Itália, no comune de origem. Agora, para que serve para nós que vivemos fora da Europa? Na verdade, para nada. Nós, com o passaporte, podemos nos mover, ir, vir, circular pela Europa, fazer o que quisermos.”
O presidente do MAIE pediu que os cidadãos evitem procurar os consulados por conta da carta de identidade.
“Por isso, não sobrecarreguemos os consulados, não se desesperem, não se deixem levar pelos despachantes que querem cobrar dinheiro para fazer um trâmite que, se quiserem, vocês podem fazer, mas não é absolutamente necessário porque não é útil.”
Merlo também disse que não há urgência para emitir o documento. “Há tempo para fazê-la, anos, porque realmente a pessoa pode deixá-la na mesinha de cabeceira, limpar, dar brilho, é bonita, mas como utilidade para nós que vivemos fora da Europa, zero.”
As declarações chamam atenção por partirem do presidente de um movimento criado para representar os italianos no exterior. O MAIE nasceu com o objetivo de ampliar serviços consulares, facilitar a emissão de documentos e defender os interesses dos cidadãos que vivem fora do país.
“Cabe exclusivamente ao cidadão decidir quais documentos emitir, quando e para qual finalidade. A escolha pertence ao indivíduo, não aos políticos”, diz Alessandra Cambiaghi, que presta consultoria no tema.
O vídeo pode ser assistido aqui: instagram.com/merlo

























































