Para compreender a essência da Sardenha, a mais distante ilha da Itália, localizada no sul do país, é preciso percorrer o interior da região para fugir da massa de turistas em Cagliari.
Sem ir muito longe, Allai, a uma hora e meia da capital regional, já oferece o “clima” sardo.
A cidadezinha, cujo nome significa “casa de Deus” em dialeto local, possui exatos 344 habitantes – e é claro, que todos se conhecem! “Imaginar a Sardenha sem comunidades [pequenas] é o mesmo que imaginá-la sem ovelhas”, afirma o prefeito de Allai, Antonio Pili, sobre a tradição em criar estes animais nas montanhas da região.
Dentre as preciosidades da cidade, está o museu CiMA, onde uma das guias, Mara Cossu, mostra achados encontrados ao acaso, já que a localidade nunca recebeu campanhas de escavação, como as realizadas em outros sítios arqueológicos, como o de Selinunte, na Sicília.
Entre os achados estão “domus de janas”, um tipo de túmulo da pré-história da Sardenha escavado em rochas, além de “casas de fadas” e outros lugares, que segundo a guia, “são sempre bons para visitar com respeito”.
Allai também abriga uma casa na árvore, a primeira pública da Itália, com saída para Samugheo, a cidade vizinha. Entre uma e outra, as enormes turbinas eólicas se destacam como gigantes das montanhas.
A cultura do tecido é típica da Sardenha e leva o nome da região ao mundo. Para conhecer mais deste aspecto, ainda muito em voga na ilha, a dica é visitar o Museu de Arte Têxtil Murats, que reúne artefatos das mais variadas épocas, alguns dos quais estão à venda.
Entre as confecções tradicionais, estão os tapetes cuja produção leva semanas, além dos raríssimos “tapinos de mortu”, onde os falecidos repousavam para o velório. (ANSA)