Morreu nesta segunda-feira (12) o ítalo-brasileiro Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, aos 96 anos.
Delfim Netto estava internado desde o dia 5 de agosto no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
A assessoria do hospital informou que o ex-ministro faleceu devido a complicações em seu quadro de saúde.
Origem italiana de Delfim Netto
Casado com Mercedes Saporski, Delfim Netto era neto de Antonio De Fina, nascido em Montesano sulla Marcellana, na província de Salerno, no sul da Itália.
No Brasil, Antonio casou-se com Filomena Dell’Aquila em 7 de junho de 1895, na Consolação, São Paulo.
Dessa união nasceu José Delfim, que se casou com Maria Batini. Eles tiveram três filhos: Antônio Delfim Netto, Filomena e Teresinha.
No Brasil, o sobrenome De Fina foi adaptado para Delfim, uma prática comum entre os imigrantes, na época.
Com ajuda do time de genealogia da Bendita Cidadania, localizamos o registro de nascimento do ascendente de Delfim Netto, Antonio De Fina.
Carreira e legado
Antônio Delfim Netto foi um destacado economista, professor, político e diplomata brasileiro. Ele ocupou o Ministério da Fazenda durante grande parte da ditadura militar no Brasil, e suas políticas foram responsáveis pelo chamado “milagre econômico” — um período de crescimento econômico acelerado, com foco na atração de capital externo e na expansão do PIB.
No entanto, Delfim Netto também ficou marcado por ter sido um dos signatários do Ato Institucional Nº 5 (AI-5), de dezembro de 1968, que intensificou a repressão política do regime militar.
Após o fim da ditadura, ele atuou como deputado federal por São Paulo durante 20 anos.
Embora tenha sido filiado ao Partido Progressista (PP) e ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), ele manteve uma relação próxima com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Na década de 1970, Delfim também serviu como embaixador do Brasil na França por três anos.