A polícia da Itália denunciou dois homens acusados de irregularidades em processos de reconhecimento de cidadania por direito de sangue, esquema que teria beneficiado diversos brasileiros.
Os suspeitos são um oficial de Registro Civil que atuava nas prefeituras de Boville Ernica e Torrice, vilarejos da província de Frosinone, no centro do país, e o dono de uma agência de intermediação internacional, ambos acusados de favorecimento à permanência clandestina na Itália, violação das leis de reconhecimento de cidadania italiana e falsidade ideológica em atos públicos.
A polícia afirma que os dois homens auxiliavam na permanência de cidadãos estrangeiros na Itália para fazê-los obter ilicitamente, em prazos mais curtos que o habitual e sem as certificações necessárias, a cidadania italiana por direito de sangue, em troca de grandes somas de dinheiro.
O esquema operava desde 2017, liderado por uma organização transnacional que atuava na Alemanha, no Brasil e na Itália e teria faturado mais de 700 mil euros (R$ 4,2 milhões).
Ao longo dos últimos anos, a polícia e o Ministério Público desmantelaram diversas quadrilhas que praticavam corrupção e fraudes nos processos de reconhecimento de cidadania italiana jus sanguinis, especialmente envolvendo brasileiros.
O problema mais frequente é a questão da residência. Para obter o reconhecimento na Itália, é preciso comprovar moradia no país, o que exige a permanência por um período relativamente incerto, mas que pode durar por volta de três meses.
No entanto, alguns intermediadores vendem a ideia de que tal etapa pode ser concluída rapidamente ou sem a necessidade da presença permanente do candidato em solo italiano, o que vai de encontro à lei. (ANSA)