Considerada umas das principais personalidades do “Grande Fratello VIP”, versão italiana do Big Brother, a modelo Dayane Mello não venceu o programa, mas conquistou milhares de fãs após enfrentar 11 “paredões” e ser vítima constante de xenofobia e misoginia dos outros participantes.
Em entrevista à ANSA, Mello afirma que dentro da casa não entendia o motivo dos ataques, mas que hoje acredita que, além da xenofobia, eles se deram por ela “ser mulher e ter liberdade de viver e pensar”.
Excluída por parte dos participantes, a catarinense viveu diversos episódios desconfortáveis e constrangedores. Em um deles, inclusive, um dos famosos afirmou que a maioria das mulheres no Brasil trabalhava com prostituição.
O ator Mário Ermito chegou a sugerir a outro concorrente que se aproveitasse da brasileira em uma festa, na qual ela estava sob efeito de bebida alcoólica.
Em um dos momentos mais agressivos, o jornalista esportivo Francesco Oppini chegou a dizer que a brasileira seria “estuprada” em Verona, ao ver as roupas que ela usava. Além disso, ele ironizou que a modelo “pulava de cama em cama”.
Na ocasião, ela pediu respeito, principalmente porque não gostaria que sua filha sofresse com declarações maldosas na escola.
Fãs do programa pediram para Dayane Mello abandonar a Itália
Do lado de fora da casa, alguns telespectadores pediram que Mello deixasse a Itália, país onde vive há 10 anos. Ela, no entanto, se manteve firme e garante que não deixa que esses tipos de comentários e preconceitos façam parte de sua vida.
“Acho que todos, quando saem da sua terra natal e resolvem enfrentar um novo mercado, ter uma vida em um novo país, sofrem algum tipo de preconceito, ou por ser estrangeira, ou por ser mulher, ou por seu modo de viver. Mas eu sou assim, eu não me faço de vítima e não aceito esse papel, eu busco mostrar por que estou ali, mostrar meu trabalho, minha personalidade e não deixando que essas coisas me afetem”, explica.
A experiência vivida no Grande Fratello VIP é classificada por Mello “como um grande desafio”, principalmente por ela ter sido a única brasileira a disputar os 100 mil euros e por ela “ser uma mulher livre”.
“Mantive meu percurso, meus princípios. Claro, enfrentei o desafio de não ser completamente aceita entre eles. Mas eu tinha um propósito e me mantive nele”, acrescenta.
Competidora sofreu com a morte do irmão
Entretanto, a maior dificuldade enfrentada por Mello foi ter de lidar com o luto. No início de fevereiro, a brasileira sofreu um duro golpe com a morte de seu irmão Lucas Mello em um acidente de carro em Santa Catarina.
A modelo, porém, decidiu continuar na disputa e acompanhou, por cerca de 15 minutos, o enterro através de uma chamada de vídeo com os familiares.
“Esse momento realmente foi um baque, foi uma mistura de sentimentos, mas eu tive a consciência de que, naquele momento, eu não poderia estar com minha família por causa da pandemia”, explica ela, dizendo que, “neste momento de muita dor”, se sentiu “acolhida e amada” por todos os participantes.
Mesmo não vencendo o Grande Fratello VIP, Mello conta que conquistou milhares de admiradores por sua autenticidade em meio a todos os conflitos desencadeados no programa.
“Eu penso que conquistei todos esses fãs pelo meu jeito, por não ter me permitido ser manipulada pelo jogo, fui eu mesma do começo ao fim, sem aspas, sem vírgulas, eu fui Dayane por Dayane, não permiti que os autores fizessem um personagem, e pelas mensagens que recebo, creio que isso me fez querida aqui fora por tantas pessoas”, diz.