Antonio Tajani e Matteo Salvini, vice-premiês da Itália, expuseram publicamente nesta quarta-feira (11) posições opostas sobre a proposta que facilita a concessão de cidadania a menores nascidos no país, mas filhos de imigrantes.
Tajani, que também é ministro das Relações Exteriores, apoia o princípio do jus scholae, que concede cidadania a quem nasceu ou chegou à Itália antes dos cinco anos de idade, concluiu o ciclo escolar obrigatório e viveu no país por ao menos dez anos.
Já Salvini, ministro da Infraestrutura e líder da Liga, rejeitou a proposta durante evento no Senado. “Digo isso sem nenhuma polêmica, mas temos de pensar em outra coisa”, afirmou, segundo a agência Ansa. Para ele, a lei atual “funciona bem” e não há prioridade em mudá-la.
O projeto de Tajani propõe cidadania para menores com ao menos 16 anos e formação escolar completa até essa idade. Segundo o chanceler, “a cidadania italiana deve ser uma coisa séria, e não uma prática burocrática”.
Atualmente, filhos de imigrantes nascidos na Itália só podem solicitar a cidadania após completarem 18 anos. O tema divide a base aliada do governo de Giorgia Meloni, que recentemente endureceu regras para transmissão de cidadania por ascendência (jus sanguinis), limitando o direito apenas a descendentes com pai ou avô nascido na Itália.
O debate sobre o tema se intensificou após o fracasso de um referendo que buscava reduzir de dez para cinco anos o prazo de residência exigido para a cidadania de imigrantes em situação regular. Apesar do apoio de 65,3% dos votantes, a participação foi de apenas 30%, abaixo do quórum mínimo de 50%.
