Depois de Ayrton Senna, Felipe Massa e Rubens Barrichello, o Brasil volta a ter esperanças na Fórmula 1 com Gabriel Bortoleto.
Aos 20 anos, o jovem – outro ítalo-brasileiro – busca consolidar seu nome entre os grandes da categoria, mantendo viva a tradição de pilotos brasileiros no automobilismo internacional.
Ele foi campeão da Fórmula 3 em 2023 e da Fórmula 2 em 2024, ambos os títulos conquistados como estreante. Com forte ligação com a cultura italiana, Bortoleto se destacou nas categorias de base da Europa antes de chegar à principal categoria do automobilismo mundial.
Apesar das expectativas, Gabriel Bortoleto ainda não se encaixou neste início de temporada da Fórmula 1.
Sem pontuar nas primeiras corridas, o piloto enfrenta dificuldades de adaptação ao carro da Sauber e ao ritmo da principal categoria do automobilismo.
Raízes familiares e mudança precoce para a Itália
Gabriel Lourenzo Bortoleto Oliveira (seu nome completo) é filho de Andrea Bortoleto, neta de italianos, e de Lincoln Oliveira da Silva, empresário do setor de telecomunicações. Seu envolvimento com o automobilismo começou cedo, inspirado pelo pai e pelo irmão Enzo, ex-piloto e atual empresário do setor.
Aos 11 anos, Gabriel se mudou para Desenzano del Garda, pequena cidade às margens do Lago de Garda, no norte da Itália. A mudança foi estratégica para impulsionar sua carreira nas competições europeias de kart e fórmulas menores.
Segundo o próprio piloto, a decisão de viver na Itália não foi comunicada à mãe em seus detalhes, para evitar a resistência de um afastamento definitivo. Atualmente, ele reside em Milão, centro industrial e esportivo do país.

Formação italiana nas pistas
A base competitiva de Gabriel foi construída em território italiano. Em 2020, estreou no Campeonato Italiano de Fórmula 4 pela Prema Powerteam, equipe tradicional do país. A primeira vitória em monopostos veio no circuito de Mugello, na Toscana.
Em 2021 e 2022, Bortoleto competiu no Campeonato de Fórmula Regional Europeia, passando por equipes como FA Racing e R-ace GP. As temporadas foram marcadas por amadurecimento técnico e aproximação com o estilo das corridas europeias.
O piloto também teve destaque em torneios como a WSK Super Master Series e o Troféu Andrea Margutti, competições que tradicionalmente revelam talentos da Itália para o automobilismo mundial.
Campeão da F3 e F2, e agora na Fórmula 1
Com experiência consolidada nas pistas da Europa, Bortoleto brilhou na Fórmula 3 em 2023 pela equipe Trident, sediada na Itália. Ele venceu corridas no Barém e na Austrália, mantendo liderança constante até conquistar o título em Monza.
Na Fórmula 2, correu pela Invicta Racing, garantindo o campeonato após intensa disputa com o franco-argelino Isack Hadjar. A conquista foi definida na última corrida, em Yas Marina, nos Emirados Árabes Unidos.
Em novembro de 2024, foi anunciado como piloto titular da Sauber para a temporada 2025 da Fórmula 1. Ele divide a equipe com o alemão Nico Hülkenberg e escolheu o número 5 como homenagem ao carro que usou na conquista da F3.
Primeiras provas e desafios na F1
A estreia de Bortoleto na F1 aconteceu no GP da Austrália. Apesar de mostrar bom desempenho na classificação, abandonou a corrida após batida. Nas etapas seguintes, enfrentou dificuldades com o ritmo da equipe e as limitações do carro.
Mesmo sem pontuar nas primeiras quatro corridas, o piloto demonstrou evolução, destacando o aprendizado técnico e a adaptação ao novo ambiente. Em entrevista, afirmou que está aproveitando cada momento, mesmo nos circuitos mais desafiadores, como Suzuka, no Japão.
Ligação com a cultura italiana
A influência italiana se reflete não apenas no sobrenome, mas em toda a formação e estilo de vida de Bortoleto. Foi na Itália que ele cresceu como atleta, aprendeu a competir e desenvolveu laços com o meio esportivo europeu.
Mesmo representando o Brasil na Fórmula 1, Gabriel carrega na trajetória o DNA ítalo-brasileiro. Combinando disciplina europeia e paixão brasileira, ele representa uma nova geração de pilotos formados entre duas culturas.