O Festival de Cinema Italiano chega à sua 18ª edição para levar dezenas de filmes gratuitamente a mais de 50 cidades espalhadas por todas as regiões do Brasil entre os dias 8 de novembro e 9 de dezembro.
A programação inclui 32 produções do “Belpaese“, com uma seleção de 16 filmes contemporâneos e uma retrospectiva com 16 longas clássicos para homenagear “a comédia à italiana”, em um cardápio que contempla obras exibidas em festivais importantes, como Berlim, Cannes e Veneza.
Os filmes serão exibidos em 91 salas de cinema, centros culturais e cineclubes universitários no Brasil inteiro, mas também estarão disponíveis por streaming em uma plataforma no site oficial do evento.
O formato híbrido é mantido desde a pandemia de Covid-19, quando a organização precisou se reinventar para driblar o distanciamento social, e hoje também é uma forma de “democratizar” o acesso à cultura italiana, segundo a curadora e diretora do festival, Erica Bernardini.
“O festival conhece as limitações do país onde vive. Existem cidades que nem têm salas de cinema ainda”, declarou ela à ANSA.
A seleção inclui quatro filmes que chegaram a ser pré-selecionados pela Itália para buscar uma vaga no Oscar, como “Grazie Ragazzi” (“Obrigado, Rapazes”), comédia de Riccardo Milani.
Outros destaques são “Il Ritorno di Casanova” (“O Retorno de Casanova”), drama de Gabriele Salvatores; “La Terra delle Donne” (“A Terra das Mulheres”), de Marisa Vallone; “L’Ultima Notte di Amore” (“A Última Noite de Amore”), de Andrea Di Stefano e estrelado por Pierfrancesco Favino; e “L’Ombra di Caravaggio” (“A Sombra de Caravaggio”), drama que explora o episódio em que o gênio da pintura foi investigado pela Igreja Católica após ser associado a um crime.
“Uma das pérolas desse festival, um dos filmes mais bonitos, fala de um dos artistas mais emblemáticos da cultura italiana, que é Caravaggio, um gênio que mudou a forma da pintura no mundo inteiro”, disse Bernardini.
A curadora acrescentou que o público pode esperar uma mostra “intensa”, com “muita coisa boa” e um toque de “esperança”.
“Enquanto no ano passado tivemos filmes produzidos durante a pandemia, um período muito depressivo, difícil para se gravar, neste ano temos uma leva de longas que falam muito sobre esperança, amor, superação”, ressaltou.
Segundo Bernardini, o cardápio também inclui filmes em preto e branco, de diretores premiados, independentes e de cineastas estreantes, além de obras que abordam temas da atualidade, como o empoderamento feminino.
“Todo ano a gente traz o melhor da cinematografia, isso eu posso garantir. Nós temos um país muito criativo, que é a Itália. Trabalhar com o cinema italiano é se reinventar sempre. O país é o que mais venceu o Oscar na categoria de filme estrangeiro”, lembrou a curadora.
Por ocasião da 18ª edição do evento, a organização lançou um manifesto que expõe uma “janela aberta para o mundo” e representa a inteligência artificial por meio de uma câmera de cinema pensante interagindo com a mente humana. “O cinema é uma janela do ‘Made in Italy‘, assim como a moda, o design e a gastronomia”, disse Bernardini.
O festival é promovido pela Câmara de Comércio Italiana de São Paulo (Italcam), com o apoio da Embaixada da Itália e da rede consular do país europeu no Brasil. O filme mais assistido pelo público durante o evento receberá o “Prêmio Pirelli de Cinema Italiano“. (Ansa Brasil)