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Itália no Brasil

Em 6 meses, italiano aprende português para ser motorista em Campo Grande

Gianluca Porcellana , que deixou Asti, no norte da Itália, para viver em Campo Grande. Foto (destaque): Perfil/Facebook

A cidade foi escolhida em um guia de turismo e hoje Gianluca é um dos motoristas de aplicativo da cidade

Em cerca de seis meses, o italiano Gianluca Porcellana, 28 anos, tomou uma decisão para mudar totalmente de vida. Ele deixou a cidade natal, Asti no Piemonte, norte da Itália, veio para o Brasil e escolheu Campo Grande para morar. Antes de chegar por aqui, ele conheceu São Paulo e Minas Gerais já com a ideia de viver em uma cidade brasileira.

Gianluca conta que nunca se interessou em morar em outro país ou conhecer outro idioma antes do Brasil. Hoje em dia, ele fala português, quase sem dificuldades. Foram cerca de cinco meses de estudos antes de vir para o Brasil e ele diz que já chegou sem problemas para falar, pois há palavras e verbos que são parecidos. “Só que aqui falam muitas gírias. Falam uma coisa para dizer uma outra e eu ficava confuso. Mas, depois eu me acostumei”.

A ideia de morar no Brasil começou quando, por acaso, ele conheceu alguns brasileiros que estudavam na Itália. Por lá, segundo ele, os italianos só conheciam São Paulo, Rio de Janeiro e, quando muito, Brasília. Em junho de 2017, veio para o Brasil e conheceu São Paulo, Belo Horizonte e olhando um guia turístico, encontrou Campo Grande.

“Estava com um guia que falava de todas as cidades e eu quis tentar. Conhecei uma moça daqui que me ajudou também. Dos lugares que eu estive, [Campo Grande] foi onde achei melhor, até de visitar e sair. Não tinha aquele medo. Falam sempre que o Brasil é perigoso, até os brasileiros que eu conhecia falavam isso. Aqui, eu não senti isso”, diz o italiano.

Na Itália, Gianluca estudou artes e chegou a trabalhar com restauração de pinturas, mas não estava na área quando veio para o Brasil. Quando voltou para a Itália e para o trabalho em um mercado, começou a pensar em uma coisa nova e decidiu pela mudança. Ele arrumou o que pode e, seis meses depois de visitar o Brasil, veio morar em Campo Grande.

“Aqui as pessoas imaginam a Itália como um lugar tudo lindo, perfeito e não tem problemas de crise. Até achei bem, parecido com o Brasil. A política é igual, tem problemas de corrupção e se fala a mesma coisa dos políticos. Eu vim aqui e achei um jeito melhor de se viver. É menos corrido, o transito é mais tranquilo. Todo mundo fala aqui assim: É uma capital com jeito de interior”.

Em Campo Grande, trabalhou por dois meses em uma empresa, não deu certo e decidiu virar motorista de aplicativo e agora, roda a cidade inteira levando e conversando com os campo-grandenses.

“Aqui as pessoas entram e já começam a falar. Lá [na Itália] o povo é mais frio. Até falam que o povo de Campo Grande é mais fechado, meio mal educado, mais eu não senti isso. Porque para mim já foi diferente. Lá as pessoas cuidam da vida deles. Alguns te cumprimentam, outros não. Mas é normal, ninguém fica mal porque ninguém te deu oi”.

No momento, o italiano não pensa em deixar a cidade. Segundo ele, a natureza e a tranquilidade são dos pontos positivos. “Quando converso coma as pessoas daqui, a frase clássica é ‘o que está fazendo perdido aqui?’. Deveriam conhecer como é lá. Não é um momento bom. Tem pessoas que se dão bem lá, mas não são todas. Eu vejo aqui que as pessoas andam com o celular na mão. Talvez, nos bairros mais afastados não seja assim, mas ainda é mais tranquilo”.

Para ele, a única desvantagem é ficar longe da família, mas por enquanto, não pensa em voltar para a Itália.

“Aconteceu tudo em dois anos. Comecei a ficar apaixonado, curioso pelo Brasil e visitei. Nunca tinha pensado em algum lugar que não fosse a Itália. Hoje eu me vejo mais feliz do que a vida eu levava lá. O trabalho e tirava muito do meu dia. Sobrava pouco tempo para fazer outras coisas. Eu estudei arte e gosto de pintar. Hoje já consigo pintar às vezes.

Estava em uma fase da vida que não perderia muito em vir para cá. Tinha 27 anos e pensei talvez seja o momento. Em alguns anos, poderia ter casa, uma família para criar, mas não tinha isso. Tinha só um emprego que não me deixava muito satisfeito. Troquei, e posso dizer, pelo melhor”, diz Gianluca.

Por Wendy Tonhati / Campo Grande News

 

 

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