Siga o Italianismo

Olá, o que deseja procurar?

Cidadania

Cônsul italiano quer reconhecer 5 mil cidadanias por ano, no RS

Cônsul da Itália em Porto Alegre planeja reconhecimento de 5 mil processos de cidadania por ano.

Valerio Caruso traça meta para reconhecer 5 mil cidadanias italianas por ano | Foto: Leandro Araújo / Divulgação
Valerio Caruso traça meta para reconhecer 5 mil cidadanias italianas por ano | Foto: Leandro Araújo / Divulgação

Valerio Caruso, cônsul-geral da Itália em Porto Alegre, estabeleceu uma meta ambiciosa: processar 5 mil reconhecimentos de cidadania italiana anualmente. Com uma abordagem dinâmica, ele quer otimizar os serviços do consulado e atender à crescente demanda, mas será que esse objetivo é realista?

Desde agosto de 2022, quando assumiu o cargo, Caruso, de 35 anos, vem focando na redução de filas e na eficiência consular.

“O consulado está fazendo o seu melhor, e as pessoas estão agradecendo, pois estão vendo um novo dinamismo”, disse Caruso em entrevista ao jornal Zero Hora.

Segundo ele, a procura por reconhecimento de cidadania aumentou devido a debates sobre possíveis mudanças na legislação italiana. Muitos descendentes temem restrições ao direito de jus sanguinis, mas Caruso enfatizou que essas decisões ultrapassam o âmbito do consulado: “Obviamente que isso não é uma questão do consulado, pois é um tema de governo.”

Apesar do progresso, a meta de 5 mil processos anuais enfrenta desafios. A rotatividade diplomática, característica do serviço consular, pode limitar a continuidade das mudanças implementadas por Caruso.

Além disso, os frequentes entraves políticos e administrativos na Itália dificultam a agilidade no reconhecimento de cidadanias em grande escala.

PUBLICIDADE
Cidadania Portuguesa: consiga aqui a sua
A Bendita Cidadania vai te ajudar na conquista.
Solicite um orçamento

Veja o que Valerio Caruso disse ao repórter Alessandro Valim:

O consulado, além das atividades básicas de representação e divulgação cultural, tem como maior ponto de contato com os descendentes a tarefa do reconhecimento da cidadania. Como o senhor avalia esse serviço feito pelo consulado, que inclusive tem sido acelerado na sua gestão?

É claramente um desafio, porque o cônsul-geral da Itália é como se fosse um prefeito de uma cidade com um número de cidadãos que cresce muito. No ano passado eu estava fazendo uma entrevista com um colega teu da Rádio Gaúcha e falei que o Consulado-Geral da Itália em Porto Alegre ia chegar ao recorde de 120 mil cidadãos. Hoje já estamos chegando a 130 mil. Daqui a um ano eu vou falar do recorde de 150 mil cidadãos reconhecidos. Você imagina o desafio de gestão e serviços para uma comunidade que aumenta de 7% a 8% cada ano? É enorme! Então, o desafio existe e nunca vou prometer que o consulado vai conseguir reconhecer 50 mil cidadanias. A fila existe e é muito grande, o que também tem um lado positivo, pois significa que pessoas querem esse reconhecimento e querem estreitar esse laço com a Itália. O que nós queremos é botar as coisas em ordem, e é importante fazer com que, do ponto de vista da realização dos serviços consulares, exista uma expectativa de baixar o tempo de espera.

A fila também aumentou muito nos últimos anos também devido às notícias de possíveis alterações na legislação da cidadania, um debate que existe hoje na Itália. Obviamente que isso não é uma questão do consulado, pois é um tema de governo, mas o senhor acha que existe alguma perspectiva real de mudança na lei?

Pessoalmente, não sei. Cada estado tem o seu debate democrático e eu acredito que não seja fácil achar uma síntese das diferentes posições. Mas é claro que nós aqui vemos que os nossos cidadãos italianos têm uma grande ligação com a Itália. Então, mudando ou não, temos que lidar com a situação como ela é hoje, que é o direito de jus sanguinis. E nós vemos que aqui, no Rio Grande do Sul, esse legado e essa aproximação com a Itália são mais fortes que em outros lugares, e a nossa responsabilidade é fazer com que esse direito seja verdadeiramente atendido, que o consulado consiga reconhecer o maior número possível de cidadanias, mesmo que, de toda forma, os serviços consulares sejam limitados.

O senhor acha possível estabelecer uma meta?

Eu só posso prometer que o consulado está fazendo o seu melhor, e as pessoas estão agradecendo pois estão vendo um novo dinamismo. Devemos lembrar que a cidadania italiana não é simplesmente um direito, não é só um documento de viagem. É também um conjunto de deveres que a gente deve fazer respeitar e divulgar. Nós não podemos pensar que no próximo ano, como já falei, o consulado consiga reconhecer 4 milhões de gaúchos, mas acho que o objetivo de reconhecer 5 mil cidadanias por ano é realizável. Nós trabalhamos com esse objetivo, qual que seja a lei, nós precisamos fazer com que os ítalo-gaúchos possam se orgulhar do consulado deles.

Deixa o seu comentário:

Recomendado para você

Cidadania

O Governo Meloni diz que somos ameaça. Respondamos com o voto: SIM

Cidadania

Sem voto de confiança, projeto que limita cidadania italiana ainda pode ser modificado na Câmara.

Cidadania

Deputados votam na terça-feira, 20, projeto que limita o reconhecimento da cidadania italiana por descendência.

Cidadania

Nova lei corta cidadania e expõe omissão de Salvini com a diáspora.

Cidadania

Prefeito festeja nova lei da cidadania, mas terá de enfrentar centenas de processos atrasados, novos pedidos e ações judiciais iminentes.

Cidadania

Senado italiano aprova decreto sobre cidadania; deputado cita "precedente fascista".

Cidadania

Senado aprova projeto que restringe cidadania italiana a descendentes no exterior.

Cidadania

Senadores da oposição criticam decreto da cidadania italiana por retroatividade e inconstitucionalidade.

Cidadania

Oposição fala em retroatividade e inconstitucionalidade.

Cidadania

Lega se distancia de emendas que restringem cidadania italiana e pode ser decisiva em mudanças no Senado. Reunião com Salvini acontece nesta quarta.

Cidadania

Economia e Finanças da Itália rejeita emenda que ligava cidadania à proficiência no idioma

Cidadania

Horas após aprovação, senadores retiram emenda que previa perda da cidadania italiana por falta de certificado de idioma B1.