Livro conta sobre o processo migratório e a influência dos italianos na capital paulista
O Colégio Dante Alighieri lançou o livro “No Coração de São Paulo”, que conta a história da imigração italiana para a cidade e seus legados à comunidade que a acolheu. O objetivo é registrar alguns aspectos da vinda dos imigrantes que se entrelaçam com a história do Colégio, fruto e participante desse processo.
O livro mostra o processo migratório peninsular e a influência dos italianos e seus descendentes em diversos aspectos da capital paulista, como arquitetura, indústria e comércio, esporte e lazer, desenvolvimento médico-científico e manifestações culturais, assim como contribuições de ex-alunos do Dante para a cidade.
Enraizado há mais de cem anos em uma das mais icônicas regiões de São Paulo, nos arredores da avenida Paulista, a história do Colégio Dante Alighieri se confunde com a da cidade e dos imigrantes italianos que aqui chegaram a partir de 1874. Em 1872, a cidade de São Paulo tinha 23 mil habitantes. Em 1900, menos de três décadas depois, a capital já contava com uma população de 240 mil pessoas, quase dez vezes mais. Deste total, 75 mil (mais de 30%) eram italianos.
Isso porque, na época, as contas não levavam em consideração mulheres e crianças. Se todos fossem contabilizados, o número seria ainda maior. “Procuramos reiterar nossa crença de que só com a compreensão do passado é possível influir no presente em prol de um futuro mais tolerante, rico em oportunidades e acolhedor para todos”, afirma o dr. José Luiz Farina, presidente do Dante.
A obra foi escrita por Ana Luisa Martins e conta com mais de cem fotos de Antonio Kehl (que também assina o projeto gráfico), Sérgio Zacchi e diversas instituições culturais. O projeto é assinado pela Editora Terceiro Nome, com a direção de Mary Lou Paris, e foi feito em parceria com o Dante, com a coordenação geral de Fernando Homem de Montes, gerente de Marketing.
“Queríamos fazer um livro que abordasse tanto a importância da imigração italiana quanto a contribuição do Colégio para a cidade, pois há muito em comum entre essas duas histórias. Ao mesmo tempo, a ideia era oferecer um texto moderno e ágil, com projeto gráfico contemporâneo, aliando tradição e inovação – uma forte característica do Dante”, afirma Fernando.
“Descobri duas coisas igualmente interessantes escrevendo o livro: a primeira é o quanto São Paulo é de fato uma cidade italiana. Pode parecer uma obviedade, mas não era tão claro assim para mim antes de fazer o livro. A segunda foi saber mais sobre o próprio Colégio! Eu não sabia que o Dante era tão bonito. Depois, fiquei muito impressionada com a infraestrutura e a modernidade do Colégio”, conta Ana Luisa.
A autora também destaca as fotos feitas por Antonio Kehl em prédios do centro e da zona leste da cidade, que foram publicadas ao lado de fotos antigas no livro, mostrando um antes e depois muito curioso de locais que marcaram a história dos imigrantes italianos. “Com o livro e a pesquisa de Ana Luisa conheci lugares de São Paulo que nem sonhava que existissem e que agora tenho muita vontade de visitar, como as igrejas do bairro de Santa Cecília com afrescos de artistas italianos, o museu da Santa Casa de Misericórdia e muito, muito mais”, afirma Mary Lou.
“Outra coisa que me chamou muito a atenção ao fazer o livro é como estão presentes e são estimulados, no Dante, valores como empreendedorismo, inovação, criatividade, ousadia, determinação, tolerância e diversidade – valores deixados pelos italianos que vieram para São Paulo como seu forte legado para a cidade”, conclui ela.