A morte do ativista americano Charlie Kirk, 31 anos, provocou reações imediatas na política italiana. O crime ocorreu na semana passada, nos Estados Unidos, mas inflama o debate sobre violência e discurso político na Itália.
O governo liderado por Giorgia Meloni, do partido Irmãos da Itália (FdI), acusa a esquerda de justificar a violência contra conservadores.
Durante um comício no sábado (13), Meloni afirmou: “Venho de uma comunidade política que tem sido frequentemente acusada de disseminar o ódio pelas mesmas pessoas que celebram e justificam o assassinato intencional de um jovem culpado apenas de defender corajosamente suas ideias”.
A premiê também declarou que “o clima está ficando insustentável na Itália”, referindo-se ao discurso contra representantes da direita.
Reações da oposição
A líder do Partido Democrático (PD), Elly Schlein, classificou como “irresponsável” a fala de Meloni. Para ela, a premiê agrava o “clima incandescente” com suas declarações.
Giuseppe Conte, do Movimento 5 Estrelas (M5S), também pediu moderação. “O governo precisa baixar o tom”, disse o ex-premiê.
Já Matteo Renzi, do partido Itália Viva (IV), acusou Meloni de usar o episódio para evitar o debate sobre temas como salários e segurança. “Meloni alimenta o medo porque ela tem medo”, escreveu em publicação no X (antigo Twitter).
O caso Charlie Kirk
Charlie Kirk era uma figura conhecida do movimento ultraconservador nos EUA e apoiador do ex-presidente Donald Trump.
Ele foi morto a tiros durante um evento chamado Prove me wrong (“Prove-me que estou errado”), na Universidade de Utah Valley.
O principal suspeito é Tyler Robinson, 22 anos, estudante com ideologia de esquerda. Ele foi detido após o atentado, mas ainda não confessou o crime.
Segundo a polícia, as balas usadas no atentado tinham inscrições antifascistas, incluindo a frase Bella Ciao, título de uma música associada à esquerda radical e entoada em protestos ao redor do mundo.

