Fogo amigo. Nello Gargiulo, conselheiro do Comitê Geral dos Italianos no Exterior (CGIE) no Chile, escreveu ao Ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani (presidente do CGIE), propondo alterações no sistema de cidadania “ius sanguinis”.
Em sua carta, Gargiulo — que, teoricamente, defende a comunidade italiano no Exterior — sugeriu que a cidadania italiana seja reconhecida apenas a quem demonstre “competência na língua e na cultura italiana”, indicando que isso evitaria “o desvio da italianidade” entre os descendentes.
Gargiulo aponta que muitos descendentes de italianos no Chile, estimados entre 400 mil e 500 mil — desses, quase 80 mil já são reconhecidos —, não falam italiano nem conhecem a cultura do país. “A maioria dos requerentes não possui competência alguma na língua ou na cultura cívica italiana”, destaca o conselheiro.
Ele ressalta que o processo de reconstrução de árvores genealógicas de múltiplas gerações gera uma “sobrecarga de trabalho e consumo de recursos” nos consulados italianos.
Segundo Gargiulo, o reconhecimento da cidadania deveria estar “ligado ao conhecimento da língua e da cultura cívica italiana”, tal como acontece para aqueles que adquirem cidadania por meio do casamento. “Dessa forma, poderíamos reconhecer novos cidadãos e votantes conscientes, responsáveis e informados sobre a italianidade”, argumenta.
“O fenômeno sem dúvidas precisa ser disciplinado”, finaliza na carta.