O técnico de futebol Luiz Felipe Scolari, o Felipão, ou Big Phil, como ficou conhecido quando treinou o Chelsea na Premier League, é um dos mais bem sucedidos esportistas do mundo. E mais um ítalo-brasileiro a se destacar em sua profissão.
Segundo o site italiano Cognomix, o nome de família Scolari deriva de um apelido ligado ao termo latino schola (escola). Presente desde a Idade Média, o apelido se referia ao membro de um grupo de discípulos de um mestre artesão, que passou a utilizar o nome e o passou aos descendentes.
Citações do sobrenome Scolari
O historiador e político Dino Compagni, que viveu na Itália entre 1255 e 1324, cita a família Scolari em seu texto “Crônica das Coisas que Ocorrem em Seu Tempo”.
Alguns integrantes da família se destacam em diversos registros, como o padre Pietro Scolari, que foi pároco em Calvisano, cidade da província de Bréscia, na região da Lombardia, entre os anos de 1450 e 1460.
O sobrenome Scolari é específico da região da Lombardia, com ocorrências também na cidade de Verona, no Vêneto. Já a variante Scolaro tem uma linhagem siciliana, na área de Messina, assim como em diversos pontos da região norte da Itália.
Popularidade
O Cognomix aponta aproximadamente 1615 famílias Scolari na Itália, sendo as regiões com mais presença da família a Lombardia (968), o Vêneto (196) e Piemonte (116).
O sobrenome Scolari é o 457º mais comum na região da Lombardia, o 152° em popularidade na província de Brescia e o sobrenome mais comum na cidade de Marchirolo, que fica na província de Varese, na Lombardia.
Trajetória de Scolari
O técnico Luiz Felipe Scolari, treinador do Athletico Paranaense, vai disputar a final da Copa Libertadores contra o Flamengo em 29 de outubro, no Equador. Nascido em Passo Fundo, interior do Rio Grande do Sul no dia 8 de novembro de 1948, ele tem 73 anos.
Iniciou sua carreira como jogador aos 17 anos no Aimoré, time da cidade gaúcha de São Leopoldo. Era zagueiro, assim como seu pai, Benjamim Scolari, que atuou em times do sul do país.
Não era considerado habilidoso, mas se destacava pela garra e liderança. Passou ainda por Caxias, Juventude e Novo Hamburgo, encerrando a carreira no CSA de Alagoas, em 1981.
No ano seguinte, ainda no CSA, começou a treinar a equipe e conquistou seu primeiro título, o campeonato alagoano.
Scolari e o futebol gaúcho
Após a primeira experiência como técnico, voltou ao futebol gaúcho e passou por Juventude, Brasil de Pelotas e Pelotas. Ainda na década de 1980, ganhou destaque principalmente no Juventude e foi treinar o Grêmio pela primeira vez, onde conquistou o campeonato gaúcho em 1987.
Após passagem vitoriosa pelo Kuwait, voltou ao Brasil para treinar o Criciúma e levou o time ao título da Copa do Brasil em 1991, maior glória da equipe catarinense.
O treinador ítalo-brasileiro retornou ao Grêmio em 1993, onde conquistou vários títulos, como a Copa do Brasil de 1994, a Copa Libertadores da América de 1995 e o Campeonato Brasileiro de 1996, além de títulos estaduais.
No Mundial de Clubes de 1995, o time de Felipão perdeu nos pênaltis para o Ajax, depois de empate sem gols e de atuar boa parte do jogo com um jogador a menos. Na época, o time holandês possuía a base da seleção do país que disputaria a Copa de 1998.
Era Scolari no Palmeiras
Em 1997, após passagem pelo Japão, Felipão foi para o Palmeiras, onde foi vice-campeão do Campeonato Brasileiro no mesmo ano, perdendo o título para o Vasco, do artilheiro Edmundo.
Em 1998, passou a colecionar título pelo Alviverde. Foi campeão da Copa do Brasil e da Copa Mercosul, os dois títulos vencendo o Cruzeiro nas finais. Meses depois, em 1999, conquistou a Copa Libertadores, até então título inédito para o Palmeiras.
No Mundial de Clubes, acabou vice-campeão, perdendo para o Manchester United pelo placar mínimo, com direito a um gol mal anulado do meia Alex quando o jogo estava zero a zero.
Em 2000, último ano da primeira passagem pelo clube, foi novamente à final da Libertadores e fez semifinal épica contra o Corinthians. O Verdão eliminou o maior rival nos pênaltis, mas acabou perdendo o título para o Boca Juniors, também nos pênaltis.
Seleção Brasileira
Scolari estava no Cruzeiro, em 2001, quando foi chamado pela primeira vez para dirigir a Seleção Brasileira. Quando assumiu, o Brasil estava mal nas eliminatórias. Ele acabou classificando a Seleção, mas foi muito criticado por não convocar Romário.
No entanto, conquistou a Copa do Mundo de 2002 em campanha invicta e vitória sobre a Alemanha por 2 a 0 na final, com dois gols de Ronaldo. Felipão levou os méritos por apostar em atletas como Ronaldo e Rivaldo, grandes destaques da campanha.
Scolari na Europa
Em 2003, ele foi treinar a Seleção Portuguesa, que chegou à final da Eurocopa de 2004, sendo derrotada pela Grécia na decisão. Dois anos depois, chegou à semifinal da Copa da Alemanha e Portugal terminou em quarto lugar, maior feito desde a Copa de 1966.
O treinador foi um dos responsáveis por fazer a carreira de Cristiano Ronaldo deslanchar. Sua amizade com o jogador é tão forte que foi Scolari quem deu a Cristiano a notícia da morte de seu pai, em 2005, horas antes de uma partida entre Portugal e Rússia.
Após a eliminação de Portugal para a Alemanha na Euro 2008, Scolari deixou a Seleção Portuguesa para assumir o comando do Chelsea, seu primeiro clube de ponta no futebol europeu.
Em dezembro de 2008, o treinador ajudou o time inglês a atingir a marca histórica de onze vitórias consecutivas fora de casa pelo Campeonato Inglês, sendo oito sob seu comando, superando antigo recorde do Tottenham, que resistia desde 1960.
Depois de uma série de resultados ruins, Felipão foi demitido do Chelsea no dia 9 de fevereiro de 2009.
Uzbequistão e volta ao Verdão
Depois de passagem pelo futebol do Uzbequistão, onde dirigiu o Bunyodkor entre 2019 e 2020 e conquistou o campeonato local de forma invicta, Felipão retornou ao Palmeiras.
Em 2012 levou o time à conquista invicta da Copa do Brasil, quebrando jejum de 12 anos sem títulos nacionais. No entanto, acabou deixando o clube pela má fase no Brasileirão.
No mesmo ano, foi anunciada sua volta à Seleção Brasileira. Após vencer a Copa das Confederações em 2013, Scolari ficou marcado na Copa de 2014 no Brasil pelo maior vexame da Seleção em Copas do Mundo, ao perder por 7 a 1 da Alemanha na semifinal. Na disputa pelo terceiro lugar, o Brasil ainda perdeu da Holanda por 3 a 0.
Retornos e final da Libertadores
Após 2014, Scolari ainda retornou ao Grêmio, teve passagem pelo futebol chinês e também voltou ao Palmeiras, em sua terceira passagem pelo Alviverde, onde foi Campeão Brasileiro em 2018.
Depois disso, Scolari retornou ao Cruzeiro e, após encerrado o ciclo no time mineiro, teve uma quarta passagem pelo Grêmio.
Em maio de 2022, Scolari foi contratado para ser diretor técnico e treinador do Athletico Paranaense, que disputa no dia 29 de outubro a final da Copa Libertadores da América contra o Flamengo, no Estádio Monumental de Guayaquiu, no Equador.
Ascendência italiana
Luiz Felipe Scolari, que também tem formação como professor de Educação Física, além de marcas histórias como treinador de futebol, é descendente direto de italianos.
Os avós de Scolari imigraram da região do Vêneto, assim como outros milhares de italianos entre o final do século 19 e o início do século 20. Ele possui dupla cidadania, sendo cidadão brasileiro e italiano.