Sábado, seis e trinta da manhã e Analisa deixa Belgrado, capital da Sérvia, rumo à Milão. Serão 14 horas dentro uma van com outros cinco brasileiros.
Analisa, aqui representada por um nome fictício porque teme sofrer represálias, é apenas uma das centenas de brasileiros que buscam driblar a restrição da entrada de brasileiros na Itália.
O país proibiu voos provenientes do Brasil e a entrada de viajantes que passaram pelo território brasileiro 14 dias antes de chegar à Itália.
Analisa sonha reconhecer a cidadania italiana é tentar reconquistar o emprego deixado em uma cidade próxima de Milão, logo após o início da pandemia.
A Sérvia, no sudeste da Europa, é nova rota dos brasileiros que tentam entrar na Itália. Lá os turistas são bem-vindos. Até vacina grátis contra a covid-19 (da chinesa Sinopharm) é oferecida pelo anfitriões aos que desejam ficar um tempo no país.
“Valeu a pena? Sem dúvida. Faria de novo? Não sei. Foi investimento alto para fazer as coisas certas”, conta Analisa.
Segundo ela, empresas da Sérvia estão levando para a Itália pessoas que não fizeram quarentena ou o exame para a covid-19.
A paranaense gastou aproximadamente R$ 19 mil entre passagem, testes para a covid-19, hospedagem e transporte clandestino. Na Itália, ela ainda vai pagar um assessor para acompanhar o requerimento da sua cidadania italiana – mais € 3.500 (cerca de R$ 23 mil).
A brasileira saiu do interior do Paraná, pegou um voo em São Paulo com destino à Doha, no Catar, e depois seguiu para Belgrado, capital da Sérvia. “Desgastante e caro“, diz ela.