Novas escavações em andamento no Parque Arqueológico de Pompeia descobriram os restos mortais de duas vítimas da erupção do Vesúvio em 79 d.C., de acordo com um artigo publicado pelo E-Journal nesta segunda-feira (12).
Trata-se de um homem e uma mulher que guardavam por perto diversas moedas de ouro, prata e bronze, e algumas joias, incluindo brincos de ouro e pérolas, em um edifício no Regio IX, que ocupa a parte central de Pompeia.
A descoberta foi feita em um pequeno cômodo, usado como quarto provisório durante as obras de remodelação da casa e escolhido pelas duas pessoas para se abrigarem da chuva de cinzas e lapilli – material vulcânico – que invadiu os espaços abertos do resto da casa.
O cubículo provisório, graças à janela fechada, permaneceu livre de pedras-pome que, em vez disso, encheram a sala adjacente, bloqueando efetivamente a possibilidade de fuga das duas vítimas.
De acordo com os estudos, ambos ficaram presos na sala estreita e morreram quando os fluxos piroclásticos chegaram.
Além disso, as pegadas nas cinzas permitiram reconstruir o mobiliário e identificar a sua posição exata no momento da erupção: uma cama, uma arca, um candelabro de bronze e uma mesa com tampo de mármore, com os móveis de bronze, vidro e cerâmica ainda em seu lugar.
Perto da cama, a mulher tinha consigo um pequeno tesouro que pretendia salvar da erupção, composto por moedas e algumas joias. O espaço fica localizado atrás do já documentado “quarto azul”, que conta com representações de figuras femininas nas paredes pintadas de cerúleo e foi descoberto inicialmente durante o período Bourbon (1813-1840), apesar de ter sido recentemente escavado e mostrado pela primeira vez em 27 de maio.
“A oportunidade de analisar os valiosos dados antropológicos relativos às duas vítimas encontradas no contexto arqueológico que marcou o seu trágico fim permite-nos recuperar uma quantidade considerável de dados sobre a vida cotidiana dos antigos pompeianos e sobre as pequenas histórias de alguns deles”, afirmou o diretor do parque arqueólogo, Gabriel Zuchtriegel.
De acordo com ele, o trabalho conta com a colaboração entre arqueólogos, antropólogos e vulcanólogos engajados na reconstrução dos últimos momentos da vida de homens, mulheres e crianças que morreram durante um dos maiores desastres naturais da antiga Pompeia.
O Parque Arqueológico “continua a ser um grande local de investigação e restauração, mas nos próximos anos esperamos desenvolvimentos importantes nas escavações arqueológicas e na valorização do território, também graças aos investimentos recentemente anunciados pelo Ministro da Cultura, Gennaro Sangiuliano”, concluiu. (Ansa)