O juiz italiano Rosario Livatino, morto pela máfia em 1990, aos 37 anos de idade, será beatificado como mártir pela Igreja Católica.
O decreto que reconhece o martírio do magistrado foi autorizado pelo papa Francisco na última segunda-feira (21) e promulgado nesta terça (22).
Livatino, que atuara em processos contra o crime organizado, foi assassinado por mafiosos da Stidda, grupo que tem forte presença em áreas rurais da Sicília e é rival da Cosa Nostra, em um atentado na província de Agrigento.
O juiz dirigia seu automóvel sem escolta quando foi abalroado por um carro com quatro criminosos. Livatino ainda saiu do veículo e tentou fugir pelos campos adjacentes à rodovia, mas foi morto a tiros pelos mafiosos.
O juiz italiano foi morto pela máfia em 21 de setembro de 1990.
Segundo o Vaticano, o magistrado foi assassinado por causa do “ódio à fé” por parte dos criminosos. Um dos mandantes do homicídio testemunhou no processo de beatificação e disse que quem ordenou o crime sabia que Livatino era “honesto, justo e religioso”, portanto não podia ser um interlocutor da máfia.
Um dos autores materiais do atentado, Gaetano Puzzangaro, que dirigia o carro usado na ação, já deu entrevistas se dizendo “absolutamente arrependido” do crime. “Naquela manhã, eu esperava com todo o meu coração que o doutor Livatino fizesse outro caminho”, afirmou certa vez.
A cerimônia de beatificação ainda não foi marcada, mas pode ocorrer no segundo trimestre de 2021, em Agrigento. (Ansa).