Os italianos rejeitam a proposta de facilitar a cidadania para imigrantes, segundo pesquisa da Euromedia Research.
Quando questionados se apoiavam reduzir de 10 para 5 anos o tempo de residência legal necessário para solicitar cidadania com transmissão automática para filhos menores, 52,4% responderam contrário, enquanto 35,6% foram favoráveis, e 12% não opinaram.
A proposta do ius scholae, que aspira conceder cidadania a crianças após completarem um ciclo escolar na Itália, obteve maior aceitação, com 44,2% a favor. No entanto, a maioria dos entrevistados continua contra a concessão da cidadania em prazos menores do que os atuais. Uma postura clara que a política não pode ignorar.
Alessandra Ghisleri, diretora da Euromedia Research, destacou que “a cidadania sem compromissos não agrada à maioria dos italianos.”
Impacto na política
A pesquisa revela que a maioria dos italianos é contrária a mudanças nos requisitos atuais de cidadania, impactando diretamente o cenário político italiano.
O resultado enfraquece iniciativas como as do partido Forza Italia, liderado pelo vice-primeiro-ministro Antonio Tajani.
Segundo o deputado Paolo Emilio Russo (FI), seu partido já elaborou uma nova proposta de lei que visa alterar significativamente as regras para a obtenção da cidadania italiana ius sanguinis, impondo critérios mais rígidos.
O partido aspira restringir o direito para descendentes de até segunda geração, argumentando que apenas aqueles com vínculos consolidados com a Itália deveriam ser beneficiados.
Por outro lado, o Forza Italia quer a redução do período necessário para o Estado responder aos pedidos de cidadania de imigrantes.
Atualmente, o tempo de espera pode chegar a três anos. O Forza Italia quer reduzir esse prazo para apenas um ano, tornando o processo mais ágil e menos burocrático.