Ele era considerado foragido desde 14 de dezembro. Italiano foi condenado por crimes na década de 1970
O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, comemorou a prisão de Cesare Battisti. Acusado de terrorismo, o italiano foi preso na noite de sábado (12) em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. A prisão foi feita pela polícia boliviana. A informação foi confirmada pela Polícia Federal do Brasil.
Ainda não foram dados detalhes sobre a prisão, nem sobre os próximos passos da extradição do italiano. Mas foi o suficiente para criar um alvoroço nas redações de jornais e televisões italianas, e no meio político, neste domingo.
Nas mídias socias, Salvini elogiou a atuação das polícias envolvidas. “Agradeço a polícia italiana e estrangeira, a Polizia di Stato (polícia italiana), a Interpol, a AISE (A Agência Informazione e Sicurezza Esterna – serviço de inteligência estrangeira da Itália) e a todos aqueles que trabalharam pela captura de Cesare Battisti, um criminoso que não merece uma vida confortável na praia, pelo seu trabalho árduo, mas para terminar seus dias na cadeia”, publicou. Ele agradeceu ainda o esforço do presidente Jair Bolsonaro em extraditar Battisti.
Battisti era considerado foragido desde o último dia 14 de dezembro, quando o então presidente Michel Temer assinou o decreto de extradição do italiano.
O italiano teve a prisão determinada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) em 13 de dezembro.
Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1993 sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos na Itália nos anos 1970.
Fuga da Itália e prisão no Rio
Ele fugiu da Itália, viveu na França e chegou ao Brasil em 2004. Ele foi preso no Rio de Janeiro em março de 2007 e, dois anos depois, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio.
Em 2007, a Itália pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o STF julgou o pedido procedente, mas deixou a palavra final ao presidente da República. Na época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição.
No passado, o governo italiano pediu ao presidente Michel Temer que o Brasil revisasse a decisão sobre Battisti, e no mês passado a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo que desse prioridade ao julgamento que poderia resultar na extradição.
Battisti nega envolvimento com os homicídios e se diz vítima de perseguição política.
Com informações dia Agência Globo