Coronavírus paralisou a Itália e atingiu em cheio um dos pilares de sua economia: o turismo
A confederação que reúne as empresas do setor (Confturismo) afirmou nesta quarta-feira (4) que o prejuízo estimado para o primeiro trimestre de 2020 no setor turístico deve chegar a 7,4 bilhões de euros – quase R$ 40 milhões – e definiu a situação como “dramática”.
As perdas atingem sobretudo guias de turismo, que sofrem com cancelamentos em massa e ainda não conseguem enxergar uma luz no fim do túnel para a crise em que o setor mergulhou por causa da epidemia e, principalmente, da paranoia.
“Para março, temos 100% de cancelamentos. E durante o ano, temos uma taxa de 75%”, diz à ANSA a guia brasileira Lilian de Almeida Silva, que promove tours e visitas guiadas em Florença e outras cidades da Toscana.
Considerada um dos principais polos turísticos da Itália, a região concentra apenas 1,2% dos casos de coronavírus no país (37, de um total de 3.089), mas isso não foi suficiente para conter o medo dos futuros viajantes.
“A situação está bem complicada, as pessoas estão em pânico. O que pintam fora da Itália é que está o caos, todo mundo usando máscara, histeria, mas não está assim”, acrescenta Silva.
Segundo a guia, ela tem se concentrado em tentar “desmistificar esse apocalipse” para seus seguidores nas redes sociais.
“Sete americanas que viriam em abril cancelaram. Disseram: ‘Desculpe, mas a gente vai programar mais para frente”, revela.
Segundo os últimos dados da Proteção Civil italiana, as 20 regiões da Itália tem casos confirmados. Ao todo são 2.296 contaminados e 148 mortos. Quase 500 pessoas já estão curadas.