Até parece roteiro de filme. Após 30 anos de busca, homem reencontra a mãe biológica com a ajuda de um “hacker do bem”.
A história é real e foi revelada nesta quarta-feira (11) durante uma chamada de vídeo. Entre lágrimas e sorrisos, a doméstica Maria Liete Lopes, 57 anos, e filhoGiovanni Barone, 31, se reencontraram virtualmente após 30 anos.
Como tudo começou
Uma amiga de Giovanni, a brasileira Carla dos Santos, de 42 anos, que mora em Nápoles, tentava há 18 anos ajudá-lo a encontrar a família que mora no Brasil.
Ela fez um comentário no Facebook sobre uma reportagem que contava a história de uma bebê sequestrada em São Paulo e vendida no mercado de adoções ilegais para uma família francesa. A jovem realizou o sonho de encontrar sua família biológica.
No caso deGiovanni, o desfecho contou com ajuda de um engenheiro de software, que trabalha com segurança cibernética, e que pediu para não ser identificado. Ele usou técnicas de buscas de dados para localizar a mãe e a irmã de Giovanni.
“Tem muita gente que trabalha com proteção de dados para ajudar as pessoas, sou o ‘hacker do bem’. Com poucas informações, usei a tecnologia e a busca de dados cibernéticos para encontrar os parentes biológicos de Giovanni e bingo!”, comemorou o engenheiro.
Para Carla, foi Deus quem colocou esse ‘hacker do bem’ no seu caminho. “Passei as informações do Giovanni, tudo que tínhamos, e no dia seguinte já estávamos no encontro emocionante de mãe e filho em uma reunião virtual. A mãe adotiva agradeceu à mãe biológica por ter dado o Giovanni, como um presente”, revelou Carla.
Ao portal Metrópoles, a mãe biológica deGiovanni contou que era muito pobre à época e não tinha condição de cuidar do filho.
“Trabalhava em uma casa em Minas Gerais onde a patroa não aceitava o meu filho. Não tinha casa, minha filha morava com a minha mãe. Entreguei meu filho para adoção com 5 dias de vida. Dói muito. Quero o perdão dele”, revelou Maria, que trabalha como doméstica em uma casa na zona norte do Rio.
Mas para Giovanni, o reencontro representou a realização de um sonho. “No momento em que nos olhamos nos olhos não há necessidade de perdão. Realizei um sonho”, afirmou ele, que não fala português. Pai de uma menina de 1 ano, Giovanni diz que assim que puder quer conhecer a mãe, a irmã e os três sobrinhos no Brasil.
Na Itália, ele trabalha como segurança. Casou há pouco mais de dois anos e lamenta o falecimento do pai, Antonio, há alguns anos.
A videoconferência contou ainda com a participação da irmã de Giovanni, Patrícia, que mora em Minas Gerais, da mãe adotiva Concetta e a amiga Carla, além do engenheiro de software, no Brasil, chamado pelo grupo de “hacker do bem”, responsável por localizar a família brasileira.