A cada início de ano, uma onda de pânico varre as redes sociais, impulsionada por postagens alarmantes de “assessores”, travestidos de influencers mal-intencionados, insinuando possíveis modificações nas leis de cidadania italiana por ascendência.
Desde a entrada em vigor da Legge 91/1992, que regula a cidadania italiana por iure sanguinis (descendência), os rumores de alterações e restrições tornaram-se uma constante fonte de apreensão para aqueles que buscam o reconhecimento de sua cidadania.
A tradição anual desses rumores, muitas vezes alimentada por declarações controversas e irresponsáveis de políticos italianos, cria um ambiente de ansiedade entre os descendentes de imigrantes italianos.
Alertas para as pessoas solicitarem a cidadania antes de possíveis mudanças aumentam a apreensão, gerando uma corrida por documentos e processos.
Alegações de inconstitucionalidade e desafios à tradição
Uma das críticas mais veementes contra possíveis alterações nas leis de cidadania é a alegação de inconstitucionalidade. Argumenta-se que a imposição de testes ou requisitos adicionais para o reconhecimento da cidadania por iure sanguinis seria contrária aos princípios fundamentais e constitucionais.
Vale lembrar que, até o momento, nenhum país europeu adota testes para determinar a elegibilidade dos descendentes.
A sugestão de introduzir testes, como proficiência no idioma italiano ou períodos mínimos de residência, é vista por críticos como uma potencial barreira à tradição italiana de conceder cidadania com base na linhagem, sem imposições que possam ser interpretadas como discriminatórias.
Desafios constitucionais e o papel dos interessados
Questionar a conformidade com os princípios constitucionais e os valores fundamentais da República Italiana é essencial para garantir um diálogo respeitoso e ponderado sobre a cidadania italiana.
Embora os rumores sejam persistentes, a Legge 91/1992 continua a ser a única base legal para a cidadania iure sanguinis na Itália. E ponto final.