Nem só de passado vivem os vilarejos da Itália.
Alguns revelam verdadeiras pérolas sobre a cultura local e a contemporaneidade.
É o caso de Bard, no Vale de Aosta; Rovereto, no Trentino-Alto Ádige; Sant’Agata de’ Goti, na Campânia; Aliano, na Basilicata; e Sambuca di Sicilia, na Sicília.
Bard, aninhada nas montanhas do Vale de Aosta, é como uma sentinela do tempo. Sua fortaleza, majestosa e imponente, voltou à ativa, tornando-se um ponto da cultura nos Alpes. Entre exposições permanentes e temporárias, o Museo delle Alpi conta, com linguagem moderna e multimídia, a essência das localidades alpinas, onde o passado se entrelaça com o presente em harmonia atemporal.
Ainda no norte italiano, a pequena Rovereto é um baú de vestígios arquitetônicos de diversas épocas, que passam pela Idade Média, atingem o Renascimento e prosseguem pelo Barroco.
Mas a passagem do tempo no vilarejo não para por aí: Rovereto é a terra de um dos pais do Futurismo, Fortunato Depero, cuja Casa de Arte Futurista Depero é o único museu no país dedicado a este movimento artístico surgido das primeiras décadas do século 20.
Chegando ao sul, em Sant’Agata de’ Goti, cada esquina do vilarejo exala um tempo antigo: do silêncio da Catedral de Santa Ágata ao imponente Castelo Ducale. As restaurações nos edifícios de outrora trouxeram autenticidade histórica ao local, ao mesmo tempo em que o turismo lento ganha cada vez mais espaço por ali.
No coração da Basilicata, Aliano é um refúgio aos amantes da literatura e da arte. A cidade imortalizou-se na obra “Cristo si è fermato a Eboli” (“Cristo parou em Eboli”), do escritor Carlo Levi, ao qual é dedicado um parque. Aliás, os eventos do Parque Literário Carlo Levi e do Festival da Paisagem são momentos de encontro e reflexão, onde o passado ganha vida nas palavras e gestos dos habitantes, e os visitantes encontram nestes locais um eco dessa mesma resiliência que Levi soube contar.
Já Sambuca di Sicilia escolheu um caminho corajoso e visionário para o seu renascimento. Através do projeto nacional que oferece a venda de casas a 1 euro em troca de investimento local, o vilarejo conseguiu atrair pessoas do mundo todo, que trouxeram para este pequeno rincão siciliano línguas e culturas diversas, em um novo modo de se reinventar e viver. (ANSA)