O panetone, doce originado em Milão, é o grande símbolo do Natal na Itália. Tradicionalmente feito com frutas secas e uma massa macia, ele tem séculos de história e segue encantando gerações.
Tradição milanesa e saúde
Em Milão, é costume guardar uma fatia de panetone até o dia 3 de fevereiro, na celebração de São Brás. Acredita-se que comer o doce nesta data protege contra dores de garganta, em homenagem ao santo que salvou um jovem com pão abençoado.
Resfriado de cabeça para baixo
A leveza característica do panetone exige cuidados especiais após o forno. Ele deve ser pendurado de cabeça para baixo em espetos por várias horas para não colapsar, garantindo sua textura única.
Lendas sobre a origem
O nome “panetone” está cercado de lendas. Uma das histórias mais populares diz que o doce foi criado por um ajudante de cozinha chamado Toni, que improvisou a receita após um erro na corte de Ludovico il Moro, duque de Milão. O “pan de Toni” teria então dado origem ao termo panetone.
No entanto, a explicação mais provável é mais simples: a palavra vem de “panetto”, que em italiano significa pequeno pão. O sufixo “-one”, usado para indicar algo maior, transformou o termo em “panetone”, literalmente “grande pão doce”.
Registros históricos
A primeira menção ao panetone ocorreu em 1606, em um dicionário milanês-italiano. Mais tarde, no século XIX, Francesco Cherubini descreveu o doce como um pão natalino com manteiga, ovos, açúcar e uvas passas.
Transformação no século XX
A aparência alta e cilíndrica só surgiu em 1919, quando Angelo Motta introduziu uma forma de papel que revolucionou sua fabricação. Sua popularidade cresceu com a produção em larga escala promovida por marcas como Motta e Alemagna.
Selo de qualidade
Desde 2003, um certificado oficial garante a autenticidade do “Panettone Tipico della Tradizione Artigiana Milanese”. Para isso, os produtores seguem regras rígidas definidas por mestres confeiteiros milaneses.