“Zero”, a nova série original Netflix narra a história de um rapaz tímido dotado de um extraordinário superpoder: a invisibilidade.
Centrada na vida atual dos jovens negros italianos, “Zero” – em oito episódios – estará disponível em 190 países, incluindo o Brasil, a partir de 21 de abril.
Gravada nos primeiros meses da pandemia da Covid, em 2020, a série é ambientada em Barrio, um bairro fictício da periferia de Milão – na realidade, a série é rodada em Barona, sul da cidade.
O enredo de Zero, da Netflix
Zero conta a história de Omar, um jovem afro-italiano que mora em Barrio. Zero, é tímido, reservado e adora mangá.
Entrega pizzas para juntar dinheiro e voar para longe, fugindo de casa e do bairro onde vive.
Ele sempre se sente deslocado, invisível. Para ele, o destino prepara algo diferente.
Omar descobre que tem um superpoder extraordinário: ele se torna invisível.
Ele não é um super-herói, mas um herói moderno que decide colocar seu poder a serviço da vizinhança, que está em perigo.
Desta forma, Zero também descobrirá a amizade de Sharif, Inno, Momo e Sara, e talvez também o amor por Anna.
O autor
Antonio Dikele Distefano nasceu em Busto Arsizio, na província de Varese, em 1992 de pais angolanos.
Ele já tem vários romances em seu crédito. “Em Zero, há muito da minha história de menino ‘afro-italiano’ que vivia fora do centro, em todos os sentidos. Zero é a história de quem aceita sua diversidade”, diz.
Mas tenha cuidado, mesmo que os protagonistas desta série sejam quase todos italianos negros, “não cometa o erro de pensar que Zero está falando sobre todas as crianças de segunda geração. É sobre valores e sentimentos, que são válidos independentemente de cor. Quando a cor da pele não estiver mais no centro do debate, quando será normal ver séries italianas com pessoas de outras origens, então finalmente isso será normal. Teremos vencido quando falarmos de história e não de nossa cor”, diz Distefano.
Os protagonistas
Zero / Omar é o protagonista. Giuseppe Dave Seke o interpreta com maestria, em sua primeira experiência como ator. “Achei que não estava à altura, minha voz tremeu quando disse o nome Netflix“. Ele chegou ao Zero por indicação de um amigo.
Anna (interpretada por Beatrice Grannò) é uma jovem milanesa de origem burguesa. Embora seu pai sempre tenha tentado lhe dar tudo o que seus amigos têm, para Anna não poder pagar certos confortos nunca foi um problema, mas sim uma forma de manter contato com o planeta Terra. Quando ela conhece Zero, ela descobre um cara que pode aceitá-la como ela realmente é.
Sharif (interpretado por Haroun Fall) é descendente de nigerianos. Ele trabalha para defender o bairro das invasões de bandidos desconhecidos que querem expulsar os antigos moradores. “Quando vi o vídeo da seleção pensei que estava indo na mesma direção que estou indo como pessoa e como ator. Eu tinha que fazer parte do projeto”, – explica Haroun Fall.
Inno (Madior Fall), integrante do grupo, é um fenômeno do futebol e a princípio não confia em Zero. “Nasci como modelo, mas esta experiência foi uma oportunidade mais única do que rara que não queria perder”, explica Madior.
Sara (Daniela Scattolin) é a verdadeira líder da gangue: mesmo que Sharif comande, ela decide. Ela tem um emprego, uma sala de ensaios, ela tem um carro, ela é um pouco a “mãe” do grupo. Daniela explica: “Quando vi o vídeo do Antonio (Distefano) me perguntei por que minha agência não tinha me proposto. Queria muito fazer parte desse projeto. E me saí bem”.
Momo (Richard Dylan Magon) é o coração do grupo. Aquele que consegue superar qualquer dificuldade com um sorriso. E é assim também na vida, para o Richard: “O meu superpoder é saber rir das pessoas”.
Awa (Virginia Diop), irmã de Zero, é autoconfiante e popular. Ela é linda e adora vôlei. Curte cantores pop italianos, gosta de programas populares nacionais e ama o Made in Italy. “Já participei de um filme antes e estava fazendo o papel de uma imigrante”, conta Virginia.
A trilha sonora
A trilha sonora marca o ritmo da história de “rua” perfeitamente com a participação de artistas contemporâneos italianos e internacionais.
O compositor da música, criada especialmente para Zero, é Yakamoto Kotzuga. Entre as principais músicas da trilha sonora, uma inédita de Mahmood que também acompanhou o trailer, intitulada Zero.
Não só isso: Mahmood foi o supervisor musical do último episódio. Ele cuidou da seleção das músicas.
Os temas
Inclusão, multiculturalismo, diversidade: estes são os temas centrais da história, ainda que o autor Distefano admita que “não gosto da palavra diversidade, Zero quer falar de normalidade”.
O projeto, dirigido por quatro diretores (Paola Randi, Mohamed Hossameldin, Margherita Ferri, Ivan Silvestrini) é inevitavelmente novo e pioneiro: finalmente coloca os italianos de segunda geração no centro.
Algo que a mídia italiana fingia não ver.
“Quando eu era mais jovem me disseram que eu era o novo. Mesmo agora dizem que sou o novo: tenho 28 anos, como posso continuar a ser o novo? Começo de uma mudança”, diz Distefano.
Depois, há outro tema muito interessante: a consciência do lugar a que se pertence.
Na verdade, o Barrio é um bairro popular que está passando por uma espécie de gentrificação “forçada”: não só os aluguéis caros estão expulsando os moradores, mas também estão sendo construídos imóveis sem escrúpulos para ameaçar a calmaria da área.
Aqui, Omar e seus amigos descobrem a importância de lutar por seu lugar.
Onde ver a série Zero
Zero é uma produção original da Netflix. Ela vai estrear nesta quarta-feira, 21 de abril, na plataforma e em todos os países do mundo onde o serviço está ativo: 190.
Curiosidade
Zero se passa nos subúrbios milaneses, o Barrio. Esta é a Barona, que transparece sua identidade em cada take.
A bicicleta como meio de locomoção também serviu para costurar o centro, onde Zero / Omar entrega as pizzas e onde conhece Anna, e os subúrbios onde mora.
Outra curiosidade diz respeito à pandemia: a produção da série começou quando toda a Itália foi fechada em lockdown.
Os atores ficaram três meses fechados em um hotel em Roma. Se conheceram e deu a liga. “Tornamo-nos amigos falamos todos os dias”, dizem.